terça-feira, 30 de outubro de 2012

Nova Marginal


Eu vou ser clichê e fazer post sobre a nova marginal de Luanda como todo blogueiro angolano? Siiiiim! Eu vou trocar esse post por um abacaxi? Nãaaaao! Sílvio Santos feelings.

Desde que eu cheguei em Luanda (e muito antes disso também), a cidade era um grande canteiro de obras (mais clichê do que isso eu não consigo). Construção e reconstrução pra todo lado. A maioria como parte de plano governamental. Pessoalmente simpatizo com o projeto Vias de Luanda, que tá espalhado por tudo quanto é bairro, e não prevê só jogar piche asfalto nas ruinhas, mas também criar toda uma infra-estrutura por baixo delas. Rede de água, esgoto, cabeamentos, tudo junto e misturado.

Não sei se a nova Marginal fez parte do projecto. Só sei que, nóssinhora, ficou bu-ni-ta! A avenida marginal, que na verdade se chama 4 de Fevereiro, é basicamente a beira mar de Luanda. E vinha desde a Guerra Civil se acabando nas dorgas. Completamente jogada as traças. Depois de 30 meses de obras, que incluíram viadutos, novas vias e eteceteras, ficou feito nova. Parece hora de morfar de Pokémon. Tem calçadão, calçadinha, ciclovia, quadras mil e até ponte decorativa-decorada com luz neon. Eu tô criando coragem pra ir lá fazer caminhada gritando “Arrastão! Arrastão!”.  Conheço expatriado que faz e sobrevive curte.
Fotos pra quem não acredita quando eu elogio:





quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Zaire, a província

Por motivos profissionais estou ficando amiga-íntima da história do Zaire, a província de Angola vizinha da República do Congo (o país). E, ói, tem muito causo interessante. Eu acho e a Unesco também. Por isso tem projecto pra tombar (scataplaf) M’Banza Congo, a capital, como patrimônio cultural da humanidade.


M’Banza pronuncia-se Umbanza. É bom vc aprender, porque, né? Vai usar muito na vida.


Naquela região antigamente funcionava o Reino do Congo! Tipo a Roma Antiga só que da África Central. Ou seja, OS CARAS! M’Banza Congo era o centro nervoso do império todo, era de lá que saiam as ordens. Depois que os portugueses chegaram, mudaram o nome da cidade pra São Salvador do Congo, e fizeram geral se converter pro catolicismo, que era modinha. E quem não queria batizado? Morria, né? Que a Igreja Católica era pura piedade!

Foi assim com a mãe do rei. Ela tava dodói e recorreu aos curandeiros. Pecado mortal! O rei, que por lei, tinha que mandar matar a mãe, resolveu ser brincalhão. Fez uma festinha em sua homenagem, e debaixo da cadeira dela preparou um mega buracão-armadilha. Surpresa! A pobrezinha sentou, caiu lá embaixão (scataplum), e foi enterrada ali mesmo, viva. Pra provar que humor negro já existe há bué de tempo.

Não, gentem, óbvio que não achei graça!


Então que o povo tinha medo do catolicismo, porque matava. E também porque a Igreja principal, Kulumbimbi, surgiu do-nada-do-dia-pra-noite. Diz a lenda, né? O que aconteceu de verdade foi que, enquanto ela era construída, taparam a área com, sei lá, lona laranja (isso em 1491), e ninguém viu até a inauguração. Hoje a igreja é pura ruína, tipo a casa muito engraçada que não tinha teto, não tinha nada. Mas, de novo a lenda falando, contam que nunca-nunca chove dentro dela. Nunca!

E tem também a árvore da força (may the force be with you), Yala Nkwo que é centenária, da idade do Obi-Wan Kenobi e tem seiva vermelha. O povo jura que é sangue! Era sob ela que o rei executava as sentenças. Se sangra não sei, mas de certeza que é assombrada. Taí lugarzinho bom pra fazer ghost walk tour.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ACESSORIZESSE!


Declaro que conheci quase todos meus BFFs no ambiente de trabalho. Mas eu também trabalho... entre outras coisas. Foi assim com Carol, Zana, com o Flávio, eteceteras.
Mas eu tô aqui pra falar da Lilian Marcelino, que foi a primeira pessoa que conheci em São Ludgero (lucky me). Trabalhavamos juntas no jornal local, a Folha do Vale. Ela como jornaleira jornalista, eu como diagramadora-designer-faz-tudo.

Hoje a Lilia é assessora de imprensa lá em Ribeirão Preto, e dona do blog de moda ACESSORIZESSE! (assim chique com exclamação no final). Recentemente ela me pediu uma ilustra pra servir de cabeçalho pro blog, e voíla.

Os doodles não são meus. Peguei lá no shutterstock.


Neste momento, ela está sendo usada lá na página do blog no FB, mas Lilia me garantiu que gostou (pq, né? Ela é simpática) e vai colocar no blog assim que a transformação total da Xuxa estiver pronta pro público. Eu não me aguentei, e vim logo fazer fofoca.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Mais uma de Argentino: San Luís

Meu pai também é cigano feito eu (ou vice-versa), e do tipo católico. Só mora em cidade com nome de santo: São Paulo, Curitiba (fail), São Ludgero, San Luís, San José. Destas todas só não falei de San Luís pra vcs. Mas, não seja por isso. Falo já-agora.


San Luís fica no centro-oeste da Argentina, vizinha da cordilheira dos Andes. Neva no inverno, faz um calor absurdo no verão, mas a paisagem é sempre a mesma: os picos branquinhos. Cena de postal cafona de Natal. Mesmo lindo! Eu nunca vi neve, daonde conclui-se que nunca estive lá na época de frio, mas passei algumas temporadas derretendo na quentura.

 

Na primeira, papai não tinha casa porque ainda estava avaliando as possibilidades, e ficamos hospedados no hotel dos venados (dois bambis). Hotelzinho muito legal, com piscina e bañero... ai, ai... bañero. Me lembro que a cidade fechava toda pra fazer a siesta. Anoitecia muito tarde e os restaurantes abriam a partir das 22h da noite. O povoado tinha um único shopping, afastado de tudo. Meu pai perdia o salário todo de um mês no cassino.

Cassino, vc entra com os dois rins...
Hotel Dos Venados

Da última vez que fui, de 2008 pra 2009, a cidade já tinha crescido bastante, estava uma mocinha. Mas não perdeu o charme de vilinha interiorana.
Um passeio que o povo gosta de fazer por lá, é acampar ou piquenicar em Potrero de los Funes, uma área de campo com rios e cachoeiras (lê-se mosquitos).
O povo nota 10, nem parece argentino.

Estação Ferrocarril

*bañero em argentino é salva-vidas. Tava achando que eu passei a viagem toda desarranjada, né?

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Blumenau

Este post tinha mesmo que ser escrito em outubro (todos os meus movimentos são friamente calculados), kadiquê em outubro tem? Dia das quiança? Dos teachers? Aniversário da hermana (desculpa eu)? Do Eminen?


Não, Oktoberfest.

Eu tô falando da Oktober que acontece todo ano em Blumenau (tem também em Munique), aquela cidadezinha linda de colonização alemã do interior de Santa Catarina. Outra coisa que acontece todo ano em Blumenau é enchente, né? Inclusive a Oktober começou justamente depois de uma enchente catastrófica-do-mal, como forma de levantar a moral do povo (uhu, cerveja!) e dar aquela turbinada na economia.Tanto funcionou que a festa cresce, cresce, cresce. Tem Fritz, tem Frida, desfiles, pavilhões e muito chopp. Ano passado foram cerca de 564.000 turistas.


Só não impediu de continuar tendo enchente no Rio Itajaí-Açu. Antes tivesse pelo menos impedido os resultados. Estou falando isso porque em 2008 eu morava em Blumenau quando aconteceu a maior enchente de todos os tempos. Não foi bolinho!

Eu morava no topo da rua, o que geralmente não é bom porque, né? Subir ladeira. Mas nesse caso foi o MUST, que a casa ficou isolada feito ilha, mas não alagou. O resto da cidade em compensação ficou destruída, parecendo EUA na cena da onda do Impacto Profundo. 135 mortes, 5.617 desabrigados alguns deles amigos meus (os desabrigados, tá?).
Foi praticamente test drive pra morar em Angola, tendo em vista que ficamos marromenos uma semana sem água, e vários dias sem luz. Exercitando o banhinho de caneca. E eu aqui fazendo piada com a desgraça alheia...



Assim até parece que morar em Blumenau foi um fiasco. Mas não foi, foram cerca de 6 meses de pura felicidade, morando na república mais mara ever! Fui embora triste, mas feliz, pra encarar o que seria a maior aventura da minha vida, e eu nem sabia.

Então, recapitulando, foi São Paulo, Curitiba, São Ludgero, Florianópolis, depois Blumenau, e por fim Luanda. Isso é apenas o começo!!! Te prepara, mundo!!!