Ghost Walk Tour: Assim, é bastante teatral, tá? O local de encontro é um bar gótico, e o guia chega lá de capa, cartola e dentadura de vampiro. Não é pra ter vergonha alheia. É pra entrar no clima, que senão perde a graça. O itinerário leva 2 horas e meia (acaba depois da meia noite), e fica ali às voltas da Notre Dame. As histórias são uma viagem, craaaro! Mas todas elas tem um tiquinho de realidade - um personagem, uma época ou um local - o que ajuda na vibe “atividade paranormal”. Eu gosti:
- De conhecer a Aurouze, a loja de pesticidas e armadilhas que escandalizou o Rémi (vide Ratattouile). Em funcionamento desde 1872, pra provar que só vende produto de qualidade, expõe ali mesmo, na vitrine, a prova do crime: ratos mortos nas suas respectivas ratoeiras. A-han!
É rato na vitrine. |
- De ver o ladrilho onde Henry IV foi assassinado. Tenho tanta dó desse rei, xente. O coitado nasce de mãe protestante em pleno período de Guerras Religiosas, dentro de uma linha de sucessão à realeza, que é toda católica. Dá pra imaginar o que é isso? Não sei como é que ele não foi parar numa máscara de ferro.
Não teve máscara, mas teve massacre, e bem no dia do casamento do pobrezinho. Foi assim: Na época quem mandava na bagaça toda era a Rainha Catarina de Médici, que já nem Rainha era, mas fazia o filho-rei, de marionete. Então que ela, toda disfarçada em boazinha, se encontrou com a mãe do Henry com uma proposta irrecusável: casar os filhinhos pra mó de fazer a paz entre as religiões. Mamãe de Henry ficou toda felizinha, bateu palma, assinou acordo, e depois foi envenenada. Catarina de Médici era assim de ruim! Henry bobinho só queria paz entre os povos, seguiu pra Paris, contrair matrimônio, e levou junto uma multidão de fãs protestantes, cheios de paz e amor no coração. Tava feita a emboscada! O casamento foi tranqüilo, tudo festa, comes e bebes. Até que foi assassinado o primeiro protestante da noite, um figurão famoso. Pronto, virou zona! Só naquela noite, mais de 5.000 protestantes foram assassinados (aka Massacre do Dia de São Bartolomeu). E naquele tempo não tinha metralhadora, tá? Henry acabou por ceder a pressão e se converteu ao catolicismo. Ficou preso no palácio real por uns 4 anos, até que conseguiu fugir. É verdade! Tá tudo lá no filme La Reine Margot. Corre reservar a fita!
Lá pelas tantas, depois que todos os filhos da Catarina morreram, Henry acabou por virar Rei da França. Ele era gente boa, governava direitinho, o povo curtia, chamavam ele de “Henry, Le bon”. Mesmo assim foi assassinado por um fanático católico, no meio da rua, dentro da carruagem. E é esse ponto, no meio da rua, que o Ghost Walk Tour mostra.
A-a-ado, quadrado onde o Rei foi assassinado. |
- De saber que a atual Place de l’Hôtel de Ville, já foi a Place du Greve, posto da guilhotina durante a Revolução Francesa. E que a última vez que a guilhotina foi usada para fins de pena de morte, foi em 1977, só 3 anos antes deu nascer. Virge! Agora aposentada, a guilhotina se disfarçou de objeto decorativo, e fica paradinha num pub logalí. O Ghost Walk Tour não vai até ela, mas pedindo com jeitinho, o guia indica o caminho.
Craro que o tour tem muito mais história, e muito mais sinistras, mas eu não vou contar, que é pra fazer a misteriosa. E eu bem ia falar do outro tour aqui, mas esse texto já tá monstro. Então fica pro 13º post. Boo!
Conhecer culturas diferente (na prática) deve ser incrível!
ResponderExcluirBarbie, como assim?! A boneca msm? Pede para o Sr. Roger de presente no dia 12/Out. kkk bjus
Oi, Thais! Viajei no post, fiquei morrendo de peninha do Henry e com raiva da Catarina! Muito bom começar o dia lendo teu blog... Bjs, Kakau
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