Esses dias alguém me parou numa festa e falou: Dóro seu blog de viagens! Elogios a parte, comassim? Meu blog é sobre Angola, gentem, eu juro! Mas já que virou fofoca...
Lá em casa a gente tem sangue cigano (Ó, Dara). Sério mesmo! Conta a lenda que a nona “de nova” morava em tenda rodando o mundo, e lia a mão do povo na perfeição. Conta a lenda também que quando ela “de velha” morreu (e, tipo, já estava morta) saiu visitando a casa da netaiada. Quem achava que ela estava viva, tratava por visita. Quem sabia que ela estava morta, gritava*.
Anyway, por conta dessa árvore ginecológica genealógica, meus pais (que puxaram a mim) não têm residência fixa, e no final do ano passado resolveram ir embora do Brasil. (A Dilma ter ganho as eleições teve nada que ver com isso... pura coincidência.) Portanto...
Destino de férias: Uruguai.
O que eu vi do país me encantou. Cidades pequenininhas, arborizadas, limpinhas... nem parece vizinha do Brasil (desculpa, aê).
Primeira constatação: toda cidade tem coleção de estátuas com praça no meio (ou vice versa). Toda estátua é sempre do mesmo cara: José Artigas. Dono de fábrica de esculturas, produção em série, certo? Não, celebridade histórica, dãm? Bombou horrores na independência (um trocadalho, kkk).
Segunda constatação: toda casa dá com a porta directo na rua. Quintalzinho, varandinha, garagenzinha separando casa de calçada, é out. Privacidade é pros fracos... mara é deixar a porta aberta, que é pra quem estiver passando saber o que tá rolando do lado de dentro.
Terceira constatação: todo cachorro toma calmante. Quando dá 18h, e o proletariado começa a chegar em casa, a cachorrada é liberada pra passear na rua. Pastor Alemão, pit bull, chiuaua, não tem preconceito... Eles vão, sem coleira, sem lenço e sem documento (nada no bolso ou nas patas), não latem, não correm atrás do carteiro, não cheiram os bumbuns uns dos outros. Ficam caminhando, aos montes, em total harmonia, naquele universozinho prozac deles*. Os donos cuidam, sentadinhos na frente de casa, puxando um mate (a-hãm), feito gaúchos (maldade, gente).
Quarta constatação: Adoray o povo (hermana)! Nunca fui tão bem recebida como turista (e nem estava usando muita mini-saia). Os comerciantes fazem questão de falar português, pra comunicação ficar mais fácil! Ficadica, Europa!
Além da cidadezinha onde meus pais montaram o circo, conheci ainda Colonia Del Sacramiento - um vilarejo pequeno e histórico, da época dos portugueses (ora pois), que faz a linha Uruguai/Buenos Aires todos os dias, via balsa. Dá pra ir nadando também, ou não. – e, a capital, Montevidéu. De Montevidéu não vou falar, porque tô com preguiça tem foto pra ver. Bjo, bjo!
Montevidéu vista do céu |
* No episódio da nona morta, meus pais viram a fantasma do lado do meu berço, e é por isso que até hoje eu durmo de luz acesa: pra nona não tropeçar.
* Eu, fazendo a cool, sentadinha na Rambla de Montevidéu, quando um pastor alemão qui-ri-dinho sentou do meu lado e encostou a cabeça no meu ombro. Porque devíamos ser amigos de outra vida e eu não lembrei. Ficamos assim por horas, até que ele se cansou, foi embora, e eu voltei a respirar.
Ótimo post Thais! Do q mais gostei: Os dogs tranquilos, acho q vou deixar a Lara (minha daschund) passar umas férias com seus pais, quem sabe ela volta gente*! rs
ResponderExcluirBeijos e Vc cada dia mais linda! Angela Candian
http://retromomentos.blogspot.com/
Queriiiida, vc voltou? Nossa, já estava pensando quando é que a Thaís iria tirar a teia de aranha do blog dela.
ResponderExcluirE tirou em grande estilo como um post maravilho. Agora fique por aqui, ok!Mas pode continuar viajando e trazendo essa viagem pra nós. É uma delícia, Thaís!
ESTAVA COM SAUDADE!
Bom fim de semana
Ola Thaís,
ResponderExcluirDe cara vou agradecendo a visita lá no blog.
Lendo a descrição das casas neste post sobre o Uruguai, acabei lembrando q notei q em Montevidéu quase todas as casas têm chaminé. Deve mesmo fazer um frio lá de rachar coquinho!
Ruas limpas, como vc mencionou, sim.
Outra coisa q notei foi q os homens se cumprimentam com 2 beijos faciais. Tenho amigos descendentes de italianos q fazem isso. Mas não pensei q veria isso na Am.Latina.
Os táxis de lá me deixaram com a impressão de estar enjaulada. Há uma grade q separa o motorista dos passageiros.
Mas o q adorei mesmo foi o mercado público de Montevidéu. Vc passou por lá?
Bjs.