sexta-feira, 28 de março de 2014

Parque Buenos Aires


Nós temos um Parque Buenos Aires aqui no meio de São Paulo. A capital do Brasil não é Buenos Aires. A capital da Argentina é Buenos Aires. Então kadiquê nós temos um Parque Buenos Aires no meio de São Paulo? É pra confundir turista? 


Pergunto porque esse não é um parque qualquer. Ém parque lindeza, estatuado, cheio de verdes, cheio de nichos... Podia ter o nome de qualquer outra capital: Berna (capital da Suiça), Skopje (capital da Macedônia), Ouagadougou (capital de Burkina Faso, que você nem sabia que era um país). Mas foi decidido que seria Buenos Aires, e pra não restar dúvidas, um busto do primeiro ex-presidente argentino Rivadávia foi aplicado bem imponente no local. O que é curioso visto que Rivadávia foi inimigo do Brasil na Guerra Cisplatina (pra decidir quem ficava com o Uruguai). Curioso também porque Rivadávia teve que renunciar quando perdeu a Guerra, e de raivinha decretou que nunca mais voltaria para Buenos Aires. 


Então em muitos sentidos, me parece nada a ver irônico existir um Parque de nome Buenos Aires no meio da Higienópolis, e mais ainda com uma estátua do cabeção do Rivadávia. 
Tia Wikipédia, sempre tão prestativa, não soube me dar explicações, fez tela azul. Só o que ela me disse foi que o espaço, que originalmente tinha um mirante e um telescópio, foi criado pra criar vista para o Vale do Anhangabaú. Isso até a invasão dos prédios gigantes alienígenas, claro. O que eu achei de mais parecido com uma justificativa foi o fato de que houveram imigrantes argentinos se instalando por ali. 

Anyway, não deixe o mistério do nome estragar seu passeio. O Parque Buenos Aires é um espaço verde muito gostoso, bem no meio da cidade. Dá pra fazer cooper, piquenique, passear o cachorro. Inclusive, um dos diferenciais do parque é que ele tem uma área específica para os au-aus (experimenta jogar um gato ali no meio) e outra para bebês (experimenta jogar um gato ali no meio). De vez em quando rolam eventos, exposições artísticas... E se verde em grandes quantidades for cansativo pra você, o shopping Pátio Higienópolis é ali do lado. 


domingo, 23 de março de 2014

Cestinha de ovo assado.

Da série DU-VI-DO-Ô que vai dar certo! Porque tem receita que a gente vê na internet, principalmente dessas gringas com tipinho de capa de revista, que quando a gente testa, vira uma lambança, um fudúncio, fica toda errada. O que era pra ter formato de coração fica parecendo lutador de sumô, e vice-versa. Igual o suco de limão do Chaves, que tem gosto de tamarindo e parece groselha.

Mas esse aqui não é o caso. Essa receita eu vi em um montão de sites até ter coragem de fazer. Parecia boa demais pra ser verdade. Mas é verdade! Fácil, rápida, barata e bonitinha de enfeitar a mesa.


Cestinha de ovo assado

- 1 bandeja de lombinho defumado desses fatiados. Obs: a receita original dizia peito de peru, mas
quando fui comprar, eles eram o dobro do preço, e a metade da espessura (pareciam papel manteiga). então me aventurei no lombinho e deu mais do que certo. Com o peito de peru, é necessário usar duas fatias pra cada cestinha. Com o lombinho, só uma já é suficiente.
- a mesma quantidade de ovos.
- sal

Só isso. A receita leva apenas três ingredientes. Claro que você pode pirar no temperinho do ovo, mas, convenhamos, nem é necessário.

A montagem é feita em forminhas de cupcake. Se não houver, improvisa com uma xícara. Há que untar. A fatia de lombinho é arrumada no fundo da forminha, formando uma cestinha (daí o nome, né?). Uma fatia pra cada forminha. Depois você vai quebrando os ovinhos. Um ovinho pra cada cestinha. Se vazar pras laterais da cestinha, não se desespere, ele pega o formato da forminha e fica direitinho. Uma pitadinha de sal por cima de cada ovinho. E fim! É só levar pro forno e esperar uns 25, 30 minutos. Sucesso!

O canal do Rango no youtube foi o que me inspirou a finalmente testar. Lá tem a receita em vídeo!!!

quinta-feira, 20 de março de 2014

Jazz nos fundos

Sabe Pegadinha do Malandro? Foi marromenos o que eu achei que estava acontecendo quando cheguei na João Moura, 1076, o suposto endereço do "Jazznosfundos". Porque, né? Não tinha bar. Tinha um estacionamento, desses mequetrefes com pedrinhas no chão. A sorte é que eu estava com gente que já conhecia o local... por isso segui. Achando estranho, e seguindo. Passando por um povo suspeito, e seguindo. Entrando no submundo do estacionamento, e seguindo. Jurando que alguém ia roubar meus orgãos, e seguindo. Lá no fundo dava pra ver uma luzinha fosca, uma porta dodgy de lata, e ouvir um sonzinho de música abafado. Chegamos!
Foi como atravessar o portal. De repente estávamos em outro mundo, parecido assim com... Berlim. É, a parte de dentro também era dodgy, mas um dodgy diferente, um dodgy fabricado, um dodgy artistico. 


Deixa eu resumir, o jazz nos fundos é um bar/projeto muito louco! Trata-se de um music bar escondido nos fundos de um estacionamento, decorado com inúmeras intervenções artísticas modernas, mobiliado com sucata, aonde se pode ouvir/assistir jazz ao vivo. Daquele tipo de jazz frenético, aonde parece que cada músico segue uma pauta diferente, mas funciona. Muito bom! Segundo o site, a ideia deles é recriar as origens do jazz, quando ele era música proibida tocada por e para gente proibida em plena época de lei seca americana. Agora tudo é liberado nesse mundão perdido! Então dale ouvir jazz na João Moura. 

Se seu sofá tá mais atraente nessa noite de quinta-feira, não tem mal. O projeto está todo na internet. Os shows são exibidos ao vivo. Só que daí você não vê a atual exposição da galeria de arte, logo na entrada do bar... só lamento! :)  

quarta-feira, 12 de março de 2014

Rota do Chá no Porto


Digamos que você está seguindo o roteiro dos meus dois últimos posts. Digamos que você acabou de passear no Museu, e sentiu uma súbita vontade irresistível de tomar chá (acontece sempre, não é mesmo?). Há como!

Praticamente na quadra de trás do Museu tem um lugarzinho todo alternativo, puxando assim para o indiano, chamado "Rota do Chá". O lugar é meio que escondidinho, fica atrás de uma loja. Ao adentrar a primeira sala, a pessoa tem que apertar o zóinho, porque o ambiente é todo luzes vermelhas, e fica difícil distinguir mesa de cadeira. Quando a vista se acostuma, e a decoração começa a se revelar, parece uma tosqueira só: recortes grudados nas paredes, bonequinhos indis amontoados, tipo slumdog millionaire... Mas é sem querer querendo. É uma bagunça organizada e proposital pra gente entrar no clima indi.

Não pare por aí, continue andando em direção ao jardim. O dia em que eu fui estava chovendo (decepção nível tudo), e eu nem consegui super apreciar, mas pensa num lugarzinho mágico... futtons e coloridos e estátuas orientais e plantas e flores...

Depois entrei no site e me dei conta que existem mais uns dois ambientes que eu não conheci. Oh, well, fica pra próxima. Tem chá de todo tipo, mas também tem comidinhas. Acho que vale a visita, quando vocês estiver por Portugal de saco cheio de bacalhau.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Museu Soares dos Reis


Pertim do Palácio de Cristal do Porto (post anterior) tem um Museu Nacional de Artes relativamente grande, o Soares dos Reis. Esse moço, Soares dos Reis, foi escultor famoso, niqui deduz-se: o museu é todo estátua. Mas nem é, nem tem tanta assim. As que tem são fantásticas, do tipo que parecem que vão fazer "boo" a qualquer momento. Só que além delas, o lugar é cheio de telas, gravuras, ilustrações... todas sobre o norte de Portugal.


Intaum que o nome do Museu é homenagem ao escultor, que nasceu no Porto (em Gaia), e morreu de forma triste: se-suicidou-se.

"Sou cristão, porém, nestas condições, a vida para mim é insuportável. Peço perdão a quem ofendi injustamente, mas não perdôo a quem me fez mal."
Célebres últimas palavras.

Rancoroooooso. Parece que os últimos peitos seios bustos que lhe foram encomendados não foram assim muito muito apreciados, e isso gerou certa frustração na pessoa. Enquanto designer eu entendo. Quando o cliente não curte o layout, a gente xinga muito mentalmente. Mas na era digital, suicídio seria minimamente um exagero.


Falemos também do prédio do Museu, conhecido como Palácio dos Carrancas. O apelido vêm dos primeiros habitantes, os Morais e Castro. Devia ser uma família bunita! O prédio também já funcionou como casa de hóspedes da realeza, e depois foi doado a Santa Casa da Misericórdia, pra virar hospital, mas foi comprada pelo Estado que transformou em Museu. Pelo menos não foi em estádio.

terça-feira, 4 de março de 2014

Palácio de Cristal do Porto


A pessoa tem que explicar que vai falar do Palácio de Cristal do PORTO, porque existem, ou existiram,  vários outros pelo mundo, todos mais ou menos da mesma época (1800 e bolinha), todos seguindo a mesma modinha das feiras e exposições mundiais.
O do Porto, assim como o de Londres, no qual foi baseado, já não existe mais. Foi substituído por um pavilhão modernoso. Sob protestos, devo acrescentar.

Sorte a nossa, que por conta dessas manifestações (não são só 0,20 centavos), os jardins do Palácio ainda existem. E eu considero umas das oitavas maravilhas do mundo. Está na minha lista particular. Que é muito mais legal que a oficial.

Funciona assim: o jardim de entrada é lindão, tem estátuas, árvores, flores da estação... a coleção toda. Mas divertido mesmo é descer as escadas pros miradouros e ir ladeando as laterais do parque, porque aí sim estão os tesouros escondidos: capelinhas, estatuázinhas, escadarias que de tão antigas já estão verde musgo (tô falando de musgo mesmo), e tudo isso com vista pro Douro. Sério, é mágico! Depois também tem o laguinho ao lado do novo pavilhão, e os inúmeros pavões que ficam passeando livremente exibidos, como se não houvesse amanhã.