sábado, 30 de junho de 2012

Vila Leopoldina


Esse negócio de escrever sobre as minhas origens, me deu a-que-la nostalgia. Liguei o disco das Paquitas, e fui ver fotos de infância.
Morei marromenos metade da minha vida na Vila Leopoldina, bairro da Zona Oeste de São Paulo, subdivisão da Lapa. São Paulo é assim tão grande, que tem bairro dentro de bairro, dentro de bairro, e assim sucessivamente até o infinito. Vovó ainda mora lá, na casa bem assombrada, que um dia vai virar Museu. Eu e a primaiada decidimos. Vai ser sen-sa-ção. 

Rua da vovó. Não mostro a casa que é pra não lotar de paparazzi.


Estudei todo o primário e ginásio (joga anos 80 no Google pra traduzir) no Centro Educacional SESI 414.
Era tipo escola pública, mas ao mesmo tempo não era. Naquela época não tinha mamata de passar de ano só porque nasceu, tá? Era difícil, puxado, e eu era nerd. Nussa, como eu era nerd. Eu era nerd estranha com cara de nerd estranha. Esse tipo de pessoa.
O SESI 414 é na verdade um complexo formado por escola, hospital e clube. Quando eu era quiança de 80 centímetros, aquilo era todo um reino. Então que o reino não está em ruínas, persiste firme e forte no meio da rua que agora está elitizada. É gentem, esse pedaço da Leopoldina ficou metido, tá sissintindo todo classe média alta, cheio daqueles condomínios de prédios de vários andares.

Centro Educacional SESI 414

Incrusível a Igreja do Padre Tarcísio ficou inserida aí nesse meio. O Padre Tarcísio é mara, hein? Fez meu batizado, catecismo, primeira comunhão, e casamento de umas tias (deixando de ser tias). Eu fui daminha! Agora ele é Monsenhor, o Padre Tarcísio, e isso é tipo, promoção de padre. E ele também é o responsável pela fundação da Casa do Pequeno Cidadão.

A Igreja do Padre Tarcísio, que não tem esse nome, mas eu nem ligo.

Ponto turístico nessa região, acho que só o CEAGESP, vulgo CEASA. Quer dizer, pra mim nunca foi turístico, mas da última vez que lá estive tinha ônibus de excursão chegando. É seguindo a VIBE do outro post, tá mesmo lindão. É cair no pastel de vento com caldo de cana!


A pracinha onde eu andava de bike, até o papai chegar do trabalho.

E minha única preocupação da vida, era encontrar o Geninho no desenho da She-Ra.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Podo falar da minha cidade? Podo?



Porque eu sou paulista paulistana. E o paulista paulistano tem certeza que não existe vida inteligente fora da cidade. Desconfia que o sol gira-gira em torno da Sé. É bairrismo, eu sei. É dessas coisas que ninguém diz em voz alta, porque é politicamente incorreto.

Mas não se preocupe, que isso passa quando a gente sai do estado, e diz “uau” pro resto do mundo.

Ainda assim, hoje vou ser bairrista. Uma bairrista crítica, veja bem. Porque eu sou o tipo de paulista paulistana que depois que saiu da cidade, passou a ter horror em voltar, por conta do mega hiper super caos de aglomerado de gente junta.
Não vou entrar numas de política, porque não me cabe, mas enquanto pessoa layouteira, curti muito a cara de São Paulo pós Lei Cidade Limpa. É contraditário a publicitária aqui achar isso, eu sei. Tem muito morador que reclama, diz que é pura maquiagem, e mimimi. Don`t care! Se o povo não valorizasse uma estética, a Playboy não photoshopava celulite,e as Boys Bands eram erradicadas.

O que me chocou mesmo foi a eficiência do Poupa-Tempo. Faz juz ao nome. Eu era uma descrente! Jurava que tirar documento gritava burocracia. Daí veio o Poupa-Tempo pra me provar que “não necessariamente”. Foi assim, RG, CPF, tudo renovadinho em cerca de 15 minutos. Tudo bem que fui num novo posto, pouco conhecido (o da Lapa, pronto estraguei), e que o RG não sai no mesmo dia. A questão é que é prático, é rápido, funciona, e o atendimento, daqui ó.

Mas não é só isso, não sei bem explicar. Enquanto visitante esporádica, de uma semana /ano, tenho achado tudo um tanto melhor: transporte, opções qualitativas de laser (que sempre houveram aos montes, mas agora chegaram aos subúrbios), etecetera. A classe média cresceu, deu aquele plus, e a cidade se viu obrigada a acompanhar. Deve ser por aí. Mas já pode parar de ler, que agora tô só divagando...


Washington Olivetto escreveu sobre SP e eu me emocionei.