Essa noite eu sonhei que era uma fada. Eu tinha asinha colorida e orelha de elfo. Daí acordei e resolvi contar uma historinha digna de Irmãos Grimm procês. Senta, que lá vem a história...
Era uma vez, num reino bué, bué distante, chamado Áustria, uma linda princesinha, caçula de 15 irmãos (imagina o mimo!), chamada Maria Antonieta. Como isso é tipo conto de fadas, sua mãe fica sendo a mãe-drasta, tá? A mãe-drasta, a doida da globalização, tinha mania de casar os filhos com nobres de outros países, e para a pequena Maria calhou o Delfim, herdeiro do trono (e golfinho) da França.
O matrimônio foi contraído, quando Maria completou 14 anos. O golfinho tinha 16. E que casalzinho estranho, hein? Maria era elegante, delicada, os passarinhos cantavam á sua janela. O Delfim era paradão, gordinho... um banana. Mas ambos sabiam para que lá estavam, e respeitavam o jeitinho de ser um do outro. Educada para ser uma princesa exemplar, apesar do choque cultural, Maria não apenas se adaptou à corte francesa, como em pouco tempo passou a ser adorada pelo povo. Seu espírito juvenil contagiou a corte, e logo Versalhes virou uma rave.
Jardins de Versalhes. Eu tava lá. |
Dormitório de Maria Antonieta. Vi ao vivo. |
Daí, o então Rei, avô do golfinho (e filho de Sunshine), morreu de catapora (é sério)! Maria e o maridinho se digistransformaram, da noite pro dia, em Rainha e Rei da França. Gente, eram dois adolescentes! Que pressão! É como se o Justin Biba virasse presidente dos EUA. Realizou? O drama de Maria ia além disso. Como Rainha, era sua obrigação providenciar urgente um golfinho novo pra França. O que não era nada fácil tendo em vista que o casamento nunca tinha sido consumado. Lembra, né? Que o ex-golfinho era um banana?
Sete anos se passaram até os médicos do Rei descobrirem que ele não era só um banana. Ele também sofria de fimose! Que dó, que dó! Fácil de resolver, um cortezinho aqui e ali, e nove meses depois, Maria dá a luz a uma linda menininha. Depois dessa, foram mais quatro bebês, entre eles, o novo Delfim da França. Triste história, dos quatro apenas dois passaram dos oito anos.
Maria virou mãezona, ganhou do maridinho um mini-palácio dentro de Versalhes, o Petit Trianon, se isolou da corte e ficou lá brincando de fazendeira. Tudo lindo, tudo cor de rosa, e se eu fosse o Walt Disney escrevia agora “E viveram felizes para sempre”.
Quadro de Maria Antonieta com seus babys, de Vigée-Le-Brun. |
Mas isso é a vida real. E parece mesmo é com história de terror. Fora dos muros de Versalhes, estava toda uma população francesa descontente, literalmente morrendo de fome, por culpa de má administração dos governantes, que se desenrolava desde a época do Rei anterior. Maria Antonieta, um dia adorada, agora era vista como culpada pelas desgraças da população, porque convenhamos, ela era uma gastadeira. Uma Revolução, “a Revolução Francesa”, começou a se formar, e um belo dia, a massa endoidecida resolveu invadir o Castelo e evacuar a família real.
Maria nunca mais viu Versalhes, seu Petit Trianon... ficou um tempo vivendo com a família no Palácio de Tulleries (em frente ao Louvre), tentando entrar em um acordo com os revolucionários, mas lá pelas tantas, a monarquia foi deposta e toda a família real foi considerada traidora da Pátria. O maridão, ex-golfinho e banana, foi logo decapitado. Maria foi mandada para uma cela na Conciergerie, e separada dos seus filhos. Seu “julgamento” foi uma verdadeira caça às bruxas. Era claro que seu destino já estava decidido: Cortem-lhe a cabeça. Maria foi decapitada, e sua cabeça “desfilou” em praça pública. Seu baby, o novo golfinho, morreu pouco tempo depois na prisão, aparentemente por maus tratos. Sua filha ainda passou anos presa, sem saber do destino da mãe...
Ai, gente, já deprimi!
Sophia Coppola fez um filme bem bonitinho sobre parte da vida de Maria Antonieta. Eu de vc, corria pra alugar a fita. E depois rebobinava. Tem também esse post muito mais legal que o meu, falando da mesma coisa.