Não, não tenho nada de novo pra contar. Tá friozim, tá chovendo... a última foto do meu instagrão é de uma sopa... que eu mesma fiz, na minha própria casa. Podia ser pior, podia ser miojo.
Eu posso contar o que fiz no ooooutro final de semana. No retrasado, pode ser? O final da semana da Virada Cultural paulistana.
Não, eu não participei ativamente da Virada Cultural paulistana, porque, apesar de já ter ido em festinha no Morro do Vidigal, tive medo do Vale do Anhagabaú nas madrugadas. Por isso, pra não deixar passar em branco, fui ao show do Karnak aqui no SESC Consolação.
Ain, foi tão legal! Eu nem super curto Karnak. Quer dizer, admiro o André Abujamra desda época da finada MTV, mas não conhecia exatamente músicas da banda, com exceção de "Alma não tem cor", que não é do Zeca Baleiro. Mas o show é muito legal, porque eles interagem o tempo todo com o público, fazem caras e bocas, e as músicas são cantáveis, dançantes. O saxofonista é show! Os músicos são de verdade.
Além disso, a estrutura do SESC estava muito legal. O tema nesta parte que eu fui era circo, tipo dos vintage, então tinha gêmeas siamesas, malabares, povo se equilibrando naquelas bicicletinhas de uma roda só... todos maquiados, só que não de palhaço tosco. Estava tudo muito bem organizado, o show foi mara e de grátis, ninguém se acotovelava. O que mais uma pessoa pode querer prum sábado a noite?
Sabia que o André Abujamra foi o responsável pela trilha de abertura do bum-bum-bum Castelo Rá Tim Bum?
terça-feira, 27 de maio de 2014
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Aulinha de Culinária Chinesa
Você sabe aonde fica Sichuan? Nem eu! Mas já sei fazer um prato típico de lá.
É que o Instituto Confúcio para Negócios - orgão que promove uma parceria educacional entre China e Brasil dentro do campus principal da FAAP - anda oferecendo umas aulinhas de culinária chinesa esporádicas for free. A deste sábado foi baseada na culinária de Sichuan, uma província central da China, famosa por seus pratos tão apimentados, mas tão apimentados que chegam a adormecer a boca.
A professora benevolente adaptou pra culinária brasileira, apimentada nível Bahia. Se bem que a turma tava bem globalizada: tinha espanhol, mexicano, chinês, e nóis. Aprendi a fazer o Ma Puo Tofu. Quer dizer, não sei bem se aprendi, porque ainda não tentei reproduzir sozinha no calor da minha cozinha. Na aulinha ficou bem comível. Cobaias?
Como você pode imaginar, o Instituto também ministra cursos de mandarim, workshops, seminários, e até um MBA em China Comtemporânea (pra quem é mais culto do que guloso).
Não sei quando vai acontecer a próxima aula, mas se cadastrando no site, você recebe notificações. Quem sabe você aparece lá, e a gente troca figurinhas da Copa.
É que o Instituto Confúcio para Negócios - orgão que promove uma parceria educacional entre China e Brasil dentro do campus principal da FAAP - anda oferecendo umas aulinhas de culinária chinesa esporádicas for free. A deste sábado foi baseada na culinária de Sichuan, uma província central da China, famosa por seus pratos tão apimentados, mas tão apimentados que chegam a adormecer a boca.
A professora benevolente adaptou pra culinária brasileira, apimentada nível Bahia. Se bem que a turma tava bem globalizada: tinha espanhol, mexicano, chinês, e nóis. Aprendi a fazer o Ma Puo Tofu. Quer dizer, não sei bem se aprendi, porque ainda não tentei reproduzir sozinha no calor da minha cozinha. Na aulinha ficou bem comível. Cobaias?
Como você pode imaginar, o Instituto também ministra cursos de mandarim, workshops, seminários, e até um MBA em China Comtemporânea (pra quem é mais culto do que guloso).
Não sei quando vai acontecer a próxima aula, mas se cadastrando no site, você recebe notificações. Quem sabe você aparece lá, e a gente troca figurinhas da Copa.
domingo, 18 de maio de 2014
Casa Guilherme de Almeida
Daí a pessoa tá num dia completamente preguicento... pijamento... e se obriga a dar uma saidinha de casa só pra ter assunto pro blog. Deve de ser doença! O que me faz pensar... o que surgiu primeiro? O ovo ou a galinha? Ou seja, o quê alimenta o quê? A minha vontade de escrever é o que me faz criar passeios? Ou o meu gosto por passear é o que me faz escrever o blog? Num sei... fica a reflexão...
Bom, o alvo da saidinha rápida foi um Museu aqui no bairro mesmo (eu moro no limbo indefinido entre Pompéia, Perdizes e Sumaré): o Museu Casa Guilherme de Almeida.
Queeeem? Pois, não se sinta ingnorante se você não souber quem foi este célebre senhor, o Guilherme de Almeida. Não que ele não tenha sido super importante pra história das artes no Brasil. Não que ele não tenha tido uma vida super dinâmica, interessante, digna de biografia (se até Bruna Surfistinha...). O problema na minha opinião foi que ele tinha tantos talentos, e atuava em tantas áreas, que uma acabava por ofuscar a outra.
Perceba: Guilherme de Almeida foi advogado por formação, jornalista, crítico de cinema, ilustrador publicitário e tradutor por profissão, poeta modernista e ensaísta por vocação. Dessas pessoas que faz a gente se perguntar: "que horas dorme?". Adivinha quem idealizou a semana de arte de 1922? Aham, ele mesmo! Que era BFF do Mário e do Oswald de Andrade, do Di Cavalcanti... Como se não bastassem as tendências artísticas, ele ainda se voluntariou ao exército na Revolução Constitucionalista de 1932 contra Getúlio Vargas. Daí foi exilado em Portugal.
Por isso, apesar de ter tido uma vida tão rica, ele próprio não foi cheio de posses. A Casa da Colina, atual Casa Museu Guilherme de Almeida, sua morada durante os últimos 20 anos de vida, é assim... um sobrado com dois quartos. Recheado de obras originais de pintores, escultores e escritores renomados, mas ainda assim um sobrado. A visita, com guia a tiracolo, é bem interessante, principalmente na área do sotão, aonde ele costumava trabalhar.
E não esqueçamos da programação agitada de workshops, oficinas, palestras...
O ECO
"Perguntei à minha vida: Como achar a apetecida felicidade absoluta? E um eco me disse: Luta! Lutei. Como hei de a esta pena dar cadência serena que suaviza, embala e encanta? O eco então me disse: Canta! Cantei. Mas, como, num verso, resumir todo o universo que em mim vibra, esplende e clama? Então o eco me disse: Ama. Amei. Como achar agora a alma simples que eu pus fora pelo prazer de buscá-la? O eco, então, me disse: Cala! Calei-me. E ele, então, calou-se. Nunca a vida foi tão doce... Tudo é mais lindo a meu lado: Mais lindo, porque calado."
Guilherme de Almeida
terça-feira, 13 de maio de 2014
Confeitaria Colombo
Juntar turismo com gordice... que idéia fantástica!
Claro que não foi essa a motivação dos fundadores da Confeitaria Colombo há 120 anos (1894). A motivação deles, dois tugas, foi trazer ao Brasil um pouquinho da Belle Epoque européia. Com a chiqueza da decoração, dos adornos, e, imagino eu, do atendimento diferenciado. Durante as primeiras décadas de 1900, a Confeitaria Colombo era frequentada pela alta sociedade, pelos barões do café, recentes industriais ou grandes comerciantes. Pelos artistas e formadores de opinião.
Hoje a clientela não é mais assim tão seleta, néam? Que aquilo faz fila de turista querendo tirar foto dos vitrais, e consumir só um cafezinho (eu! eu! eu!). Mas independente desta mudança, é muito mérito que um simples estabelecimento tenha conseguido sobreviver, se destacar e, por isso, se transformar frente a tantos outros que provavelmente surgiram pelo meio do caminho.
Eu pessoalmente, não me impressionei nada quando vi do lado de fora. Pensei "jura que é dessa coisinha mequetrefe que todo mundo tanto fala?". Porque, né? Aquele toldinho azul não faz juz. Lá dentro é outra satisfação. Pisos, papéis de paredes, móveis, vitrais, utensilios, elevadores... tudo nos remete a outra época, a outro patamar. Até onde eu percebi, eles tem uns quatro ambientes: o restaurante do segundo andar, a confeitaria do primeiro, o balcão do lado direito e o espaço memória, que é um mini museu Confeitaria Colombo, ao lado do restaurante.
Não comi docinho, e tenho uma boa justificativa: estava num dia de desarranjo. Mas posso sempre usar isso como desculpa para voltar.
Claro que não foi essa a motivação dos fundadores da Confeitaria Colombo há 120 anos (1894). A motivação deles, dois tugas, foi trazer ao Brasil um pouquinho da Belle Epoque européia. Com a chiqueza da decoração, dos adornos, e, imagino eu, do atendimento diferenciado. Durante as primeiras décadas de 1900, a Confeitaria Colombo era frequentada pela alta sociedade, pelos barões do café, recentes industriais ou grandes comerciantes. Pelos artistas e formadores de opinião.
Hoje a clientela não é mais assim tão seleta, néam? Que aquilo faz fila de turista querendo tirar foto dos vitrais, e consumir só um cafezinho (eu! eu! eu!). Mas independente desta mudança, é muito mérito que um simples estabelecimento tenha conseguido sobreviver, se destacar e, por isso, se transformar frente a tantos outros que provavelmente surgiram pelo meio do caminho.
Eu pessoalmente, não me impressionei nada quando vi do lado de fora. Pensei "jura que é dessa coisinha mequetrefe que todo mundo tanto fala?". Porque, né? Aquele toldinho azul não faz juz. Lá dentro é outra satisfação. Pisos, papéis de paredes, móveis, vitrais, utensilios, elevadores... tudo nos remete a outra época, a outro patamar. Até onde eu percebi, eles tem uns quatro ambientes: o restaurante do segundo andar, a confeitaria do primeiro, o balcão do lado direito e o espaço memória, que é um mini museu Confeitaria Colombo, ao lado do restaurante.
domingo, 11 de maio de 2014
Parque Lage
Quando eu era pequena criança, jurava que a Xuxa morava no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, CEP 22470. Quem nunca? E por isso eu sempre quis, com força, conhecer o lugar. Só que ainda não foi desta vez (fuén fuén fuén).
Em compensação, consegui visitar o Parque Lage. E já está de muito bom tamanho.
Sabe cheirinho de floresta? Aquela sensação estranha de respirar ar puro? É das primeiras coisas que se nota ao entrar no Parque. Isso e as palmeiras reais gigantes que batem no céu. É evidente que existe muito verde, muita árvore, muita planta... o balaio de todo parque. Mas também tem daquelas coisinhas inusitadas pra serem descobertas pelo caminho, tipo: aquários encrustados em rochas, ruínas, cavernas cheia de estalactites e gmites, macaquinhos...
Mas o que mais tem é debutante, noiva e grávida fazendo photobook. Aff... sério, no dia em que fui, tinha umas duas por metro quadrado. Devo ter saído em várias fotos. E tudo brega! Não se aproveitava um figurino, maquiagem e/ou pose (com exceção das grávidas que usam uniforme "saião e pancinha", e por isso, são sempre fofas).
Veja bem, eu não tenho nada contra photobook, tá? Acho mara quando bem produzido.
Enfim, o ponto alto do Parque é o Palacete (vide fotos) com vista pro chafariz, construído em volta de uma piscina toda clássica. Ele foi presente do Sr. Henrique Lage (último proprietário privado) pra sua esposa, uma cantora lírica italiana. Não é romântico? Dizem que eles servem um café da manhã fantástico. Eu até tentei provar, mas tinha fila de espera.
Se não me engano, a Escola de Artes Visuais funciona no Palacete, o que faz com que rolem algumas exposições nas instalações. Quando fui, por exemplo, estava acontecendo uma exposição de jogos de luzes no antigo estábulo. Saí de lá cegueta, mas achei bem legaus!
Em compensação, consegui visitar o Parque Lage. E já está de muito bom tamanho.
Sabe cheirinho de floresta? Aquela sensação estranha de respirar ar puro? É das primeiras coisas que se nota ao entrar no Parque. Isso e as palmeiras reais gigantes que batem no céu. É evidente que existe muito verde, muita árvore, muita planta... o balaio de todo parque. Mas também tem daquelas coisinhas inusitadas pra serem descobertas pelo caminho, tipo: aquários encrustados em rochas, ruínas, cavernas cheia de estalactites e gmites, macaquinhos...
Mas o que mais tem é debutante, noiva e grávida fazendo photobook. Aff... sério, no dia em que fui, tinha umas duas por metro quadrado. Devo ter saído em várias fotos. E tudo brega! Não se aproveitava um figurino, maquiagem e/ou pose (com exceção das grávidas que usam uniforme "saião e pancinha", e por isso, são sempre fofas).
Veja bem, eu não tenho nada contra photobook, tá? Acho mara quando bem produzido.
Enfim, o ponto alto do Parque é o Palacete (vide fotos) com vista pro chafariz, construído em volta de uma piscina toda clássica. Ele foi presente do Sr. Henrique Lage (último proprietário privado) pra sua esposa, uma cantora lírica italiana. Não é romântico? Dizem que eles servem um café da manhã fantástico. Eu até tentei provar, mas tinha fila de espera.
Se não me engano, a Escola de Artes Visuais funciona no Palacete, o que faz com que rolem algumas exposições nas instalações. Quando fui, por exemplo, estava acontecendo uma exposição de jogos de luzes no antigo estábulo. Saí de lá cegueta, mas achei bem legaus!
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Travessa do Comércio
Há uns dois posts atrás, eu escrevi que a Praça XV no Rio de Janeiro era aonde tudo acontecia no tempo da família real. Uma região badalada. Devia ser uma vizinhança interessante. Mas é difícil saber, porque o progresso tem esta personalidade destruidora. Vez ou outra, ele fica benevolente, e poupa umas ruelinhas. Que eu costumo chamar de relíquias.
Ali na própria Praça XV tem uma passagem "secreta" pra uma destas. É o Arco do Telles datado de 1730, que faz entrada para a Travessa do Comércio. Um verdadeiro Delorean que leva a gente diretinho pro período colonial: ruelas estreitas apenas para pedestres, paredes assobradadas, luminárias em arcos, arquitetura portuguesa, mini igrejas uma do lado da outra... e personagens lendárias.
Bárbara dos Prazeres, uma portuguesinha serelepe, chegou ao Brasil com 18 anos e aos 20 já tinha matado dois maridos. Porque um é pouco, dois é bom. Resolveu se dedicar ao dom da prostituição e escolheu como ponto o Arco do Telles. Os negócios iam bem, a demanda era vasta, o custo/benefício compensava. Só que o tempo não perdoa, a gravidade derruba tudo, e prostitutas, assim como jogadores de futebol, tem prazo de validade. Bárbara que já não batia bem, não se conformou, e na falta de cirurgiões plásticos, foi a caça de feiticeiros que pudessem lhe trazer de volta a beleza e a juventude. A prescrição dada foi muito simples: sangue fresco de criança morta. A venda nas farmácias e drogarias, só que não. Então que Bárbara virou serial killer de criancinhas. Raptava crianças pobres ou retirava bebês orfãos deixados em frente aos conventos. Ninguém sabe quantas crianças ela matou, nem o que lhe aconteceu depois. Ela simplesmente desapareceu... vush. E a história é tão real, que tem até registros na polícia.
Filosófo do Cais, foi um louquinho destes que andam pelas ruas falando nada com nada, mas que a gente conhece bem por estarem sempre nos mesmos lugares. São praticamente pontos de referência. "Vira ali a esquerda, depois do louquinho". Pois, este louquinho, chamado João Alberto Matias, jurava que era alemão e se intitulava "Barão de Schindler". Andava sempre de fraque verde, descalço, com um cachimbo na boca e um boné alto de penas verdes. Dizem, tinha lutado nas Guerras Napoleônicas. Pode muito bem ser. Fato é que um dia ele surtou de vez e foi levado pro pinel.
Carmem Miranda (deixei esta por último, pro post ter final feliz), a pequena notável, passou parte da adolescência no sobrado número 13 da Travessa do Comércio, aonde sua mãe dirigia uma pensão. Foi ali que ela foi "descoberta". Carmem Miranda, pra quem não sabe, fez carreira internacional com abacaxis na cabeça (praticamente uma zungueira), mas antes disso já era a cantora mais bem paga da cena brasileira, tinha atuado em cinco filmes nacionais e era a estrela principal do Cassino da Urca. Em 1945 também foi considerada a artista mais bem paga de Hollywood. Hoje, na Travessa do Comércio tem um karaokê com o seu nome! Ô, ironia!
Tudo isso e muito mais passou-se na Travessa do Comércio. Hoje o que acontece são passeios gostosíssimos com direitos a paradas em bares e restaurantes, muita música ao vivo e cervejinha. Tô recomendando.
Ali na própria Praça XV tem uma passagem "secreta" pra uma destas. É o Arco do Telles datado de 1730, que faz entrada para a Travessa do Comércio. Um verdadeiro Delorean que leva a gente diretinho pro período colonial: ruelas estreitas apenas para pedestres, paredes assobradadas, luminárias em arcos, arquitetura portuguesa, mini igrejas uma do lado da outra... e personagens lendárias.
Bárbara dos Prazeres, uma portuguesinha serelepe, chegou ao Brasil com 18 anos e aos 20 já tinha matado dois maridos. Porque um é pouco, dois é bom. Resolveu se dedicar ao dom da prostituição e escolheu como ponto o Arco do Telles. Os negócios iam bem, a demanda era vasta, o custo/benefício compensava. Só que o tempo não perdoa, a gravidade derruba tudo, e prostitutas, assim como jogadores de futebol, tem prazo de validade. Bárbara que já não batia bem, não se conformou, e na falta de cirurgiões plásticos, foi a caça de feiticeiros que pudessem lhe trazer de volta a beleza e a juventude. A prescrição dada foi muito simples: sangue fresco de criança morta. A venda nas farmácias e drogarias, só que não. Então que Bárbara virou serial killer de criancinhas. Raptava crianças pobres ou retirava bebês orfãos deixados em frente aos conventos. Ninguém sabe quantas crianças ela matou, nem o que lhe aconteceu depois. Ela simplesmente desapareceu... vush. E a história é tão real, que tem até registros na polícia.
Filosófo do Cais, foi um louquinho destes que andam pelas ruas falando nada com nada, mas que a gente conhece bem por estarem sempre nos mesmos lugares. São praticamente pontos de referência. "Vira ali a esquerda, depois do louquinho". Pois, este louquinho, chamado João Alberto Matias, jurava que era alemão e se intitulava "Barão de Schindler". Andava sempre de fraque verde, descalço, com um cachimbo na boca e um boné alto de penas verdes. Dizem, tinha lutado nas Guerras Napoleônicas. Pode muito bem ser. Fato é que um dia ele surtou de vez e foi levado pro pinel.
Carmem Miranda (deixei esta por último, pro post ter final feliz), a pequena notável, passou parte da adolescência no sobrado número 13 da Travessa do Comércio, aonde sua mãe dirigia uma pensão. Foi ali que ela foi "descoberta". Carmem Miranda, pra quem não sabe, fez carreira internacional com abacaxis na cabeça (praticamente uma zungueira), mas antes disso já era a cantora mais bem paga da cena brasileira, tinha atuado em cinco filmes nacionais e era a estrela principal do Cassino da Urca. Em 1945 também foi considerada a artista mais bem paga de Hollywood. Hoje, na Travessa do Comércio tem um karaokê com o seu nome! Ô, ironia!
Essa na foto não é a Carmem Miranda. É a Rita, que acho eu, não vai ficar braba de aparecer no meu blog. |
Tudo isso e muito mais passou-se na Travessa do Comércio. Hoje o que acontece são passeios gostosíssimos com direitos a paradas em bares e restaurantes, muita música ao vivo e cervejinha. Tô recomendando.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Escadaria Selarón
Tem que ter muita imaginação, né? Pra pegar uma escadaria pública jogada às traças, e transformar em obra de arte. Só sendo mesmo muito artista. E dos meio loucos.
A meu ver, esse era o caso de Jorge Selarón, um chileno que curtia morar no Brasil a ponto de resolver embelezar a própria vizinhança às custas das suas minguadas finanças. De pouquinho em pouquinho ele foi preenchendo os 250 degraus da Escadaria do Convento de Santa Tereza com azulejos coloridos. Alguns foram pintados por ele mesmo, outros carregados de restos de construção, e outros foram surgindo através de doações nacionais e internacionais. Era o povo do mundo inteiro se encantando com a obra e querendo contribuir. O trabalho durou mais de 20 anos, e só acabou porque Selarón morreu.
Selarón era uma dessas personalidades excêntricas, sabe? Vivia sentado nas escadarias pintando, sem camisa, de barriga de fora, bigodão... a pessoa tem calor na pança, mas não tem no buço, vai entender. Sua marca registrada era a ilustração de uma negra grávida... me lembra Angola. Ah, e ele adourava um vermelho. Em todas as fotos que encontrei nesse mundão da internet, ele estava usando pelo menos uma peça de roupa vermelha.
Não sei se você reparou que todo o texto sobre Selarón está no passado. Isto porque ele morreu. E de um jeito horrível. Foi encontrado uma manhã carbonizado. Onde? Nas escadarias. Ao lado do corpo estavam um galão de substância inflamável e um isqueiro. O povo não sabe se foi assassinato ou suicídio. Aconteceu de, pela mesma época, ele abrir ocorrência na delegacia por estar sendo ameaçado por um ex colaborador. Mas aconteceu também dele declarar em um documentário, que a escadaria só ficaria pronta no dia de sua morte, quando ele próprio passaria a ser parte da obra e se eternizaria.
Vai ficar o mistério e a Escadaria, que hoje é dos principais pontos turísticos urbanos do Rio de Janeiro.
A meu ver, esse era o caso de Jorge Selarón, um chileno que curtia morar no Brasil a ponto de resolver embelezar a própria vizinhança às custas das suas minguadas finanças. De pouquinho em pouquinho ele foi preenchendo os 250 degraus da Escadaria do Convento de Santa Tereza com azulejos coloridos. Alguns foram pintados por ele mesmo, outros carregados de restos de construção, e outros foram surgindo através de doações nacionais e internacionais. Era o povo do mundo inteiro se encantando com a obra e querendo contribuir. O trabalho durou mais de 20 anos, e só acabou porque Selarón morreu.
Selarón era uma dessas personalidades excêntricas, sabe? Vivia sentado nas escadarias pintando, sem camisa, de barriga de fora, bigodão... a pessoa tem calor na pança, mas não tem no buço, vai entender. Sua marca registrada era a ilustração de uma negra grávida... me lembra Angola. Ah, e ele adourava um vermelho. Em todas as fotos que encontrei nesse mundão da internet, ele estava usando pelo menos uma peça de roupa vermelha.
Não sei se você reparou que todo o texto sobre Selarón está no passado. Isto porque ele morreu. E de um jeito horrível. Foi encontrado uma manhã carbonizado. Onde? Nas escadarias. Ao lado do corpo estavam um galão de substância inflamável e um isqueiro. O povo não sabe se foi assassinato ou suicídio. Aconteceu de, pela mesma época, ele abrir ocorrência na delegacia por estar sendo ameaçado por um ex colaborador. Mas aconteceu também dele declarar em um documentário, que a escadaria só ficaria pronta no dia de sua morte, quando ele próprio passaria a ser parte da obra e se eternizaria.
Vai ficar o mistério e a Escadaria, que hoje é dos principais pontos turísticos urbanos do Rio de Janeiro.
sábado, 3 de maio de 2014
Free walker tours Rio de Janeiro
Você avisa que vai pro Rio de Janeiro e o povo realiza "praia! praia! praia!".
Eu tenho dó de cidade litorânea. Sempre subexplorada pelo turista. Em se tratando da cidade maravilhosa, tem ainda Pão de Açúcar e Corcovado, must see points. Mas eu acho que existe sempre algo mais, principalmente nesta que já foi a capital do Brasil, a única colônia aonde uma família real morou e um rei português foi coroado. Existe História!
- O prédio da Petrobrás, que já foi considerado dos mais feios do mundo em termos de arquitetura. Eu diria que em termos de corrupção pode muito bem ser.
- Os arcos da Lapa, super aqueduto lançado em 1723 para abastecer a cidade, pertinho da Catedral que por fora parece uma enorme caixa dágua, mas dizem que por dentro é linda. Não sei, estava tomada por manifestantes. Não deu pra visitar.
- A Cinelândia aonde estão todos os museus + a Biblioteca Nacional e o Teatro Municipal. Tudo fechado pra minha decepção. Feriado santo é sagrado, dizem.
- O Paço Imperial, palácio mixuruca da família real + A Praça XV grudada ao Paço Imperial, aonde tudo de importante acontecia, tipo a Proclamação da Lei Aurea. Ali estão o Convento do Carmo aonde morava Dna. Maria, a louca; a Igreja Nossa Senhora do Carmo, que, se não me engano, foi aonde D. João VI foi coroado; e a Estação das Barcas, que estava fechada para obras.
Eu tenho dó de cidade litorânea. Sempre subexplorada pelo turista. Em se tratando da cidade maravilhosa, tem ainda Pão de Açúcar e Corcovado, must see points. Mas eu acho que existe sempre algo mais, principalmente nesta que já foi a capital do Brasil, a única colônia aonde uma família real morou e um rei português foi coroado. Existe História!
Por isso, para a estranheza geral da galera com quem viajei (de verdade!), escolhi fazer um walking tour pelo Centro do Rio, ao invéz de lagartear em Copacabana. E o que eu vi?
Largo da Carioca, aonde tudo começa. |
- O prédio da Petrobrás, que já foi considerado dos mais feios do mundo em termos de arquitetura. Eu diria que em termos de corrupção pode muito bem ser.
Escadaria Salaron |
- A Cinelândia aonde estão todos os museus + a Biblioteca Nacional e o Teatro Municipal. Tudo fechado pra minha decepção. Feriado santo é sagrado, dizem.
Theatro Municipal |
- O Paço Imperial, palácio mixuruca da família real + A Praça XV grudada ao Paço Imperial, aonde tudo de importante acontecia, tipo a Proclamação da Lei Aurea. Ali estão o Convento do Carmo aonde morava Dna. Maria, a louca; a Igreja Nossa Senhora do Carmo, que, se não me engano, foi aonde D. João VI foi coroado; e a Estação das Barcas, que estava fechada para obras.
Sobre a empresa de walking tours:
Preciso fazer este adendo porque fiquei impressionada. As fundadoras da "Free Walker Tours" são uma menininhas de marromenos 22 anos! Sabe o que eu fazia com 22 anos? Não dirigia uma empresa própria de turismo. E é uma empresa mesmo, destas com CNPJ e impostos a pagar. Parece que todas as três já moraram fora, mochilaram pelo mundo e voltando ao Brasil decidiram que faltava resposta à demanda de tours gratuitos (menos tips) por aqui. Néam? Concordo!
Preciso fazer este adendo porque fiquei impressionada. As fundadoras da "Free Walker Tours" são uma menininhas de marromenos 22 anos! Sabe o que eu fazia com 22 anos? Não dirigia uma empresa própria de turismo. E é uma empresa mesmo, destas com CNPJ e impostos a pagar. Parece que todas as três já moraram fora, mochilaram pelo mundo e voltando ao Brasil decidiram que faltava resposta à demanda de tours gratuitos (menos tips) por aqui. Néam? Concordo!
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