terça-feira, 30 de abril de 2013
Windsor Castle parte II
A gente enxerga o castelo lá de longe, bem antes de aterrar na estação de Windsor. A impressão que dá é que ele ocupa a cidade inteeeeeeira. E deve ocupar, mesmo que indiretamente.
Os muros que o cercam, passam rente a avenida principal, e vão longe, longe, longe....
De fora o castelo é um prédio maciço feito de tijolos e pedras. Bastante clássico, mas um clássico diferente do Louvre. A gente não devia comparar um castelo com o outro, um país com o outro. Deve ser politicamente incorreto. Mas o blog é meu, eu escrevo o que eu penso. E o que eu penso é o seguinte: Paris é menina, Londres é menino. Seguindo esta lógico, Louvre é menina e Windsor é menino. Em termos de arquitetura e decoração clássicas, é isso que eu penso. E apesar deu ser menina, aprecio os dois.
O Louvre é todo claro, com decoração em detalhes, florido... Windsor é parede de pedras, salas escuronas, menos firulas. Tem tipão de Tavola Redonda. É medieval de raiz.
O turista pode visitar os aposentos reais (que duvido sejam utilizados pela rainha hoje em dia. Ela deve ficar em alguma outra ala, toda equipada com eletrodomésticos dos Jetsons). As salas são lindas, como todo castelo deve ser. As que mais me chamaram a atenção foram aquelas que tem uma tuga desenhada no teto.
Dna. Catarina de Bragança, foi uma portuguesa que se casou com Carlos II, digitransformando em rainha da Inglaterra. E sabe que mais? A idéia do chá das cinco, posh no úrtimo, foi invenção dela, tá? E todo mundo achando que tomar chazinho é o que há de mais inglês, né?
Quer mais? O dote deste casamento, de Portugal pra Inglaterra, foi nada mais, nada menos que a cidade de Bombai. Bom isso de casar com uma moça expatriada, e levar de presente praticamente um país, né? Meu noivo vai ter que se contentar com uma Havaianas.
Uma coisa de menininha neste castelo de menino é a Queen Mary´s Doll´s House. A Casa de bonecas da Rainha Maria tem 3 metros de altura, instalação hidráulica, elétrica e elevadores funcionando (porque, né? Os bonecos precisam.), móveis que são réplicas dos que existem no castelo, inclusive feitos do mesmo material, ou seja, chão de mármore, cadeiras de marfim... eteceteras... A Barbie se morde de inveja!
Que mais? No terreno do castelo tem ainda a Catedral de São Jorge. Você sabia que São Jorge, aquele do dragão, é padroeiro da Inglaterra? Nem eu. Não é bizarro que ele seja tão cultuado no Brasil? Principalmente porque, no final das contas, ele é originário da Turquia? Salada mista total. O must da globalização, eu diria. Mas enfim, falando da Catedral, ela é lindona e tem o túmulo de um monte de gente da família real, tipo Henrique VIII e Janne Seymour (a esposa que morreu com a cabeça no lugar, só que parindo, o que eu, sinceramente, acho que deve ser pior).
E isso é tudo o que eu tenho a dizer sobre o Castelo de Windsor. Se você tiver interessado no que eu escrevi na primeira parte, clica aqui ó.
domingo, 28 de abril de 2013
Castelo de Windsor
Do meu passeio pelo Louvre, saíram dois posts, porque, né? Muita história.
De Windsor podiam sair, sei lá, uns 37,66666... Porque ele é a casinha da família real desdo século 12. Sabe o que é isso? É tipo há muito muito tempo atrás. Muita coisa aconteceu por lá. Mas tipo, muuuita coisa.
Por exemplo, lembra do William Wallace (Mel Gibson) maquiado de azul gritando Freeeeedom no Braveheart? Então, isso não aconteceu em Windsor. Mas o inimigo dele, o Rei Edward I (que, no filme, é velhão, malzão e morre tossindo), era inglês, e ele sim, morava em Windsor. Inclusive, ele não só morava no Castelo, como investia no castelo, construindo, reformando e expandindo como se não houvesse amanhã. Diz a wikipédia, que essa construção foi a mais cara de toda a Idade Média.
O filho dele, que no filme era um banana e dava a mínima pra mulher, também era assim na vida real. Na verdade, ele era gay (teve dois steadies boyfriends), o que tem nada a ver com ser banana. Mas imagina que naquela época todo mundo era Marcos Feliciano. Dureza né? Ele não podia sair do armário, daí fazia festénhas dentro do armário, mas em revolta deixava o reino desatendido. E foi isso que pegou mal! Deixar o reino desatendido. No final, a rainha, esposa dele (que no filme se faz de romântica pra levantar a saia do Mel Gibson), arranjou um affair francês e deu golpe de estado com aprovação da população. O rei foi exilado num castelo distante e acabou morrendo (assassinado, dizem).
É, por mais que eu queira, ache super divertido e educativo, não dá pra ficar contando a história de cada rei/rainha que viveu por ali. Porque, né? Foram tipo, todos, e são váaaarios. Isso seria uma Barsa, e não um post.
Voltemos então a história do Castelo em si: Ele foi construído em 1066 a mando de Willian de Conqueror, o primeiro rei normando da Inglaterra, e servia mais como fortaleza do que como casinha. Na verdade, ele fazia parte de um conjunto de castelos que cercavam Londres, e ficavam a um dia de distância um do outro. Uma questão de logística! Com o tempo, ele virou das principais moradias da família real, e cada monarca fez sua melhoria, uns mais outros menos. Moraram lá Henrique VIII (e todas as esposas), Rainha Elizabeth, Rainha Victoria ... E o rei gago (do "Discurso do Rei"), que usou o Castelo como esconderijo durante a II Guerra Mundial. Na época era segredo. Nem os inimigos, nem a população podiam saber. Por motivos diferentes, né? Os inimigos por razões óbvias. A população, pra não se sentir desprotegida e/ou pra não achar que o rei era goiabão. Niqui, o Castelo ficou lacrado, com blackouts nas janelas, e por questões de proteção, foram criados tetos falsos rebaixados (que machucavam menos, no caso de desabar em cima de uma cabeça).
Em 1992 rolou um mega incêndio no Castelo. Durou tipo 15 horas de muito fogo. Tava difícil de apagar. Destruiu completamente 9 salas, e estragou mais um montão de outras. Um desastre, minha gente! Muita história indo pelo espaço. Claro que, incêndio apagado, a Rainha, que passa todos os finais de semana lá (e, pra rainha, todo dia é domingo) quis reconstruir tudo igualzinho tintim por tintim. Mas o povo reclamou, porque, né? Quem sustenta esses luxos são os impostos. E daí, pra nossa imensa sorte, o governo criou uma solução muito prática: cobrar por visitas turísticas no castelo de Buckingham.
Hoje em dia, marromenos 500 pessoas vivem e trabalham no Castelo. É quase a população de São Ludgero!
Um post inteiro, e nem dei minha opinião sobre o que vi (sua opinião é muito importante para nós). Vai ficar pro próximo, tá? Que, né? Você não aguenta mais ler, e eu já tô com pregui de escrever.
De Windsor podiam sair, sei lá, uns 37,66666... Porque ele é a casinha da família real desdo século 12. Sabe o que é isso? É tipo há muito muito tempo atrás. Muita coisa aconteceu por lá. Mas tipo, muuuita coisa.
Por exemplo, lembra do William Wallace (Mel Gibson) maquiado de azul gritando Freeeeedom no Braveheart? Então, isso não aconteceu em Windsor. Mas o inimigo dele, o Rei Edward I (que, no filme, é velhão, malzão e morre tossindo), era inglês, e ele sim, morava em Windsor. Inclusive, ele não só morava no Castelo, como investia no castelo, construindo, reformando e expandindo como se não houvesse amanhã. Diz a wikipédia, que essa construção foi a mais cara de toda a Idade Média.
O filho dele, que no filme era um banana e dava a mínima pra mulher, também era assim na vida real. Na verdade, ele era gay (teve dois steadies boyfriends), o que tem nada a ver com ser banana. Mas imagina que naquela época todo mundo era Marcos Feliciano. Dureza né? Ele não podia sair do armário, daí fazia festénhas dentro do armário, mas em revolta deixava o reino desatendido. E foi isso que pegou mal! Deixar o reino desatendido. No final, a rainha, esposa dele (que no filme se faz de romântica pra levantar a saia do Mel Gibson), arranjou um affair francês e deu golpe de estado com aprovação da população. O rei foi exilado num castelo distante e acabou morrendo (assassinado, dizem).
É, por mais que eu queira, ache super divertido e educativo, não dá pra ficar contando a história de cada rei/rainha que viveu por ali. Porque, né? Foram tipo, todos, e são váaaarios. Isso seria uma Barsa, e não um post.
Voltemos então a história do Castelo em si: Ele foi construído em 1066 a mando de Willian de Conqueror, o primeiro rei normando da Inglaterra, e servia mais como fortaleza do que como casinha. Na verdade, ele fazia parte de um conjunto de castelos que cercavam Londres, e ficavam a um dia de distância um do outro. Uma questão de logística! Com o tempo, ele virou das principais moradias da família real, e cada monarca fez sua melhoria, uns mais outros menos. Moraram lá Henrique VIII (e todas as esposas), Rainha Elizabeth, Rainha Victoria ... E o rei gago (do "Discurso do Rei"), que usou o Castelo como esconderijo durante a II Guerra Mundial. Na época era segredo. Nem os inimigos, nem a população podiam saber. Por motivos diferentes, né? Os inimigos por razões óbvias. A população, pra não se sentir desprotegida e/ou pra não achar que o rei era goiabão. Niqui, o Castelo ficou lacrado, com blackouts nas janelas, e por questões de proteção, foram criados tetos falsos rebaixados (que machucavam menos, no caso de desabar em cima de uma cabeça).
Em 1992 rolou um mega incêndio no Castelo. Durou tipo 15 horas de muito fogo. Tava difícil de apagar. Destruiu completamente 9 salas, e estragou mais um montão de outras. Um desastre, minha gente! Muita história indo pelo espaço. Claro que, incêndio apagado, a Rainha, que passa todos os finais de semana lá (e, pra rainha, todo dia é domingo) quis reconstruir tudo igualzinho tintim por tintim. Mas o povo reclamou, porque, né? Quem sustenta esses luxos são os impostos. E daí, pra nossa imensa sorte, o governo criou uma solução muito prática: cobrar por visitas turísticas no castelo de Buckingham.
Hoje em dia, marromenos 500 pessoas vivem e trabalham no Castelo. É quase a população de São Ludgero!
Um post inteiro, e nem dei minha opinião sobre o que vi (sua opinião é muito importante para nós). Vai ficar pro próximo, tá? Que, né? Você não aguenta mais ler, e eu já tô com pregui de escrever.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
Hamleys, Liberty, eteceteras
Hoje de manhã fui ao consulado brasileiro.
Essa foi a parte chata!
A parte legal é que, depois da parte chata, resolvi explorar a região (praticamente a mesma do post anterior), e encontrei tanta coisa interessante que até vale um post inteiro.
1. Hamleys: loja pra quiança (eu! eu! eu!). Eu me divirto tanto em loja de brinquedos, mas tanto, que parece muito muito engano a minha idade. A Hamleys da Regent Street tem sete andares de puro entretenimento. É a maior loja de brinquedos do muuuundo! Até os funcionários parecem estar no recreio, de sorrisão na cara, com algum brinquedo na mão. Exacto, é isso que os funcionários fazem por lá: brincam. E te chamam pra brincar junto. Eu até ganhei um coração na mão, ó.
Depois que a moça fez, me disse que era a prova d'água, a fanfarrona. Saio de casa fazendo a séria, toda cores neutras, e volto com um coração pink purpurinante desenhado na mão. Meu namorado me julga, sabe?
2. Choccywoccydoodah (o nome do meu primeiro rebento): A loja me chamou a atenção, do lado de fora, pelos itens coloridos, circenses, pin-ups. Mas só me dei conta do que se tratava depois de estar lá dentro: CHO-CO-LA-TE. É mermo isso, caro leitor, tudo o que você vê na foto acima é feito de chocolate, e esse é só um detalhezinho do estabelecimento de dois andares. O mal é que, quem é que vai ter coragem de destruir um negócio desses à dentadas?
3. Liberty: Ah, a Liberty é famosa! Tão, mas tão famosa que na Itália, a Art Nouveau é conhecida como estilo Liberty. Isso kadiquê, em 1890 a loja era tipo IKEA, vendia peças decorativas, práticas, de bom gosto, baratinhas, inspiradas na arte da época. O que ajudou a popularizar a art noveau, tendeu? Por ironia do destino, hoje a Liberty é loja de departamentos e só vende marcas caras. Sua seção de tecidos é altamente procurada pelos estilistas nariz-em-pé de Milão. Muito legal o estilo e a decoração do prédio, todo clássico. Nem parece shopping!
Londres é assim, né? A pessoa saí pra tomar um café e volta cheia de achados.
Essa foi a parte chata!
A parte legal é que, depois da parte chata, resolvi explorar a região (praticamente a mesma do post anterior), e encontrei tanta coisa interessante que até vale um post inteiro.
1. Hamleys: loja pra quiança (eu! eu! eu!). Eu me divirto tanto em loja de brinquedos, mas tanto, que parece muito muito engano a minha idade. A Hamleys da Regent Street tem sete andares de puro entretenimento. É a maior loja de brinquedos do muuuundo! Até os funcionários parecem estar no recreio, de sorrisão na cara, com algum brinquedo na mão. Exacto, é isso que os funcionários fazem por lá: brincam. E te chamam pra brincar junto. Eu até ganhei um coração na mão, ó.
Depois que a moça fez, me disse que era a prova d'água, a fanfarrona. Saio de casa fazendo a séria, toda cores neutras, e volto com um coração pink purpurinante desenhado na mão. Meu namorado me julga, sabe?
2. Choccywoccydoodah (o nome do meu primeiro rebento): A loja me chamou a atenção, do lado de fora, pelos itens coloridos, circenses, pin-ups. Mas só me dei conta do que se tratava depois de estar lá dentro: CHO-CO-LA-TE. É mermo isso, caro leitor, tudo o que você vê na foto acima é feito de chocolate, e esse é só um detalhezinho do estabelecimento de dois andares. O mal é que, quem é que vai ter coragem de destruir um negócio desses à dentadas?
3. Liberty: Ah, a Liberty é famosa! Tão, mas tão famosa que na Itália, a Art Nouveau é conhecida como estilo Liberty. Isso kadiquê, em 1890 a loja era tipo IKEA, vendia peças decorativas, práticas, de bom gosto, baratinhas, inspiradas na arte da época. O que ajudou a popularizar a art noveau, tendeu? Por ironia do destino, hoje a Liberty é loja de departamentos e só vende marcas caras. Sua seção de tecidos é altamente procurada pelos estilistas nariz-em-pé de Milão. Muito legal o estilo e a decoração do prédio, todo clássico. Nem parece shopping!
Londres é assim, né? A pessoa saí pra tomar um café e volta cheia de achados.
domingo, 21 de abril de 2013
Oxford Street: pra furar um bolso!
Londres é um desafio ao auto-controle. Um passeinho na rua, qualquer rua, escancara, sem dó nem piedade, um mundo de tentações do tipo compráveis e/ou comíveis. Uma pessoa pode ir à falência e à obesidade mórbida, tudo ao mesmo tempo, em duas semaninhas.
Tenho medo. Tenho muito medo!
A pior de todas essas ruas do mal é a Oxford Street, com sua super concentração de lojas de moda descartável: H&M, Zara, Topshop, Mango, eteceteras. A que mais me deixa nervosa e arregalada é a Primark, com pecinhas tão baratas, mas tão baratas que só podem estar sendo costuradas por criancinhas chinesas. Quer dizer, isso é o que eu acho, é maldade da minha cabeça, não é pra levar a sério. O que é pra levar a sério, é que é tudo mesmo barato. Dá pra se montar dos pés a cabeça com marromenos 15 dinheiros. Duvida? Clica no link pra ver. Dai quem é ryca fala: Ah, mas não dura uma lavada, né? Olha, tá durando! Que eu, como é ó-be-ve-o, compro lá.
Agora, se vc é haute couture e só compra LV e CK na Oscar Freire, tudo bem. Tem diversão pra você também. Numa das travessas da Oxford Street está a Bond Street, que tem nada a ver com o 007. Tem a ver com Armani, Gucci, Prada, Tyfani`s e todas essas marcas que não me pertencem. Intaum, né? Deixa pra lá.
Se o seu estilo é mais do tipo alternativo, se você está na moda antes da moda ser moda, e quando ela se torna moda, você já está bocejando, então seu lugar é a Carnaby Street (grudadinha em Oxford Street também). Que se tornou formadora de opinião, na década de 60 devido a cena MOD. Naquela área tocaram The Who e Rolling Stones quando ainda eram bandinhas de garagem, imagina. Lá não tem super lojas (caríssimas ou baratonas), tem boutiques independentes, tá?
Tenho medo. Tenho muito medo!
A pior de todas essas ruas do mal é a Oxford Street, com sua super concentração de lojas de moda descartável: H&M, Zara, Topshop, Mango, eteceteras. A que mais me deixa nervosa e arregalada é a Primark, com pecinhas tão baratas, mas tão baratas que só podem estar sendo costuradas por criancinhas chinesas. Quer dizer, isso é o que eu acho, é maldade da minha cabeça, não é pra levar a sério. O que é pra levar a sério, é que é tudo mesmo barato. Dá pra se montar dos pés a cabeça com marromenos 15 dinheiros. Duvida? Clica no link pra ver. Dai quem é ryca fala: Ah, mas não dura uma lavada, né? Olha, tá durando! Que eu, como é ó-be-ve-o, compro lá.
Agora, se vc é haute couture e só compra LV e CK na Oscar Freire, tudo bem. Tem diversão pra você também. Numa das travessas da Oxford Street está a Bond Street, que tem nada a ver com o 007. Tem a ver com Armani, Gucci, Prada, Tyfani`s e todas essas marcas que não me pertencem. Intaum, né? Deixa pra lá.
Se o seu estilo é mais do tipo alternativo, se você está na moda antes da moda ser moda, e quando ela se torna moda, você já está bocejando, então seu lugar é a Carnaby Street (grudadinha em Oxford Street também). Que se tornou formadora de opinião, na década de 60 devido a cena MOD. Naquela área tocaram The Who e Rolling Stones quando ainda eram bandinhas de garagem, imagina. Lá não tem super lojas (caríssimas ou baratonas), tem boutiques independentes, tá?
Carnaby Street das antigas |
quinta-feira, 18 de abril de 2013
English Plus Art & Design
Eu sempre quis ser arteira artista, desde pequena criança. E, tem melhor hora pra realizar um sonho do que num ano sabático? Não, né? Que isso foi uma pergunta retórica.
Por isso, no meu primeiro mês de Londres, eu fiz o cursinho "English Plus Art & Design" na "UAL - University of the Arts London". Foi numas de unir o útil ao agradável. Afinal eu vim pra cá namorar aprimorar meu inglês (que, descobri aqui, só servia pra fazer turismo), e a UAL me oferecia uma carga horária de inglês mais aulinhas de desenho.
UAL campus Chelsea |
E como foi a experiência? Divertidíssima! Me senti tão acadêmica. Com uma paleta de cores na mão, um pincel na outra, de frente pra uma tela branca, olhando (sem rir) pro modelo pelado no meio da sala. Entrando em museus, cheia de materiais artísticos nos braços, na tentativa de rascunhar qualquer pintura famosa. O povo olha pra gente com certo respeito. Vai que Dali saí o próximo da Vinci? Uma vez o funcionário até me ofereceu uma cadeirinha desmontável, daquelas próprias pra desenhistas (ou pescadores).
E quanto a UAL? Bom, isso são outros quinhentos. Eu não recomendo pra quem quer aprender inglês a sério. Não que a faculdade não seja boa. Não me entenda mal. Mas é que a prioridade deles é outra, é formar artistas nas mais variadas áreas. Ensinar inglês para estrangeiros é só algo a mais. Não é a especialidade deles. Eles não deixam exatamente a desejar, mas uma escola de inglês normal é bem mais barata e a qualidade das aulas pode ser melhor. Uma questão de foco! Cada um tem o seu. Tem quem seja bifocal também!
E o resultado? Taí embaixo. Lembrando que um mês não faz milagre. Não vale rir!
quarta-feira, 17 de abril de 2013
St. Paul's Cathedral
Antes de Londres ser Londres, antes de inglês ser inglês, a primeira igreja da Inglaterra foi construída aonde hoje está a "St. Paul's Cathedral".
Mas não confunda: não dá pra dizer que a St. Paul's Cathedral foi a primeirona, porque uma não é a mesma que a outra. Aliás, a primeira nem é a mesma que a segunda, ou a terceira. Todas as igrejas existentes antes da "do Seu Paulo" (no mesmo lugar e com o mesmo nome) ou pegaram fogo, ou caíram um tombão no chão (porque o engenheiro esqueceu de colocar pilha na calculadora).
Quem leu ou assistiu "Pilares da Terra", lembra que a cúpula da Catedral que demorou um século de capítulos para ser construída, desmoronou em duas cenas. Intaum que a história é baseada nos fatos reais da Igreja do "Seu Paulo" (inclusive ambas são inspiradas na Basílica de São Pedro, em Roma). Tá?
Hoje em dia, a Catedral é das mais importantes de Londres. É a sede do bispado. E comporta dos eventos nacionais mais bambambans, tipo o funeral do Churchil, o casamento do CharlescaDaiana e, há poucas horas, o funeral da Dna. Margareth Tatcher.
O passeio à St. Paul's Cathedral, diferente dos demais postados aqui, não é de grátis. A entrada custa 14 librinhas. Na conversão, fica salgado, desanima. Essa foi a má notícia.
A boa notícia é que, mesmo fora da Catedral, há muito pra ver. A região é literalmente um museu a céu aberto. Dá pra se perder só com as esculturas.
Mas não confunda: não dá pra dizer que a St. Paul's Cathedral foi a primeirona, porque uma não é a mesma que a outra. Aliás, a primeira nem é a mesma que a segunda, ou a terceira. Todas as igrejas existentes antes da "do Seu Paulo" (no mesmo lugar e com o mesmo nome) ou pegaram fogo, ou caíram um tombão no chão (porque o engenheiro esqueceu de colocar pilha na calculadora).
Quem leu ou assistiu "Pilares da Terra", lembra que a cúpula da Catedral que demorou um século de capítulos para ser construída, desmoronou em duas cenas. Intaum que a história é baseada nos fatos reais da Igreja do "Seu Paulo" (inclusive ambas são inspiradas na Basílica de São Pedro, em Roma). Tá?
Hoje em dia, a Catedral é das mais importantes de Londres. É a sede do bispado. E comporta dos eventos nacionais mais bambambans, tipo o funeral do Churchil, o casamento do CharlescaDaiana e, há poucas horas, o funeral da Dna. Margareth Tatcher.
O passeio à St. Paul's Cathedral, diferente dos demais postados aqui, não é de grátis. A entrada custa 14 librinhas. Na conversão, fica salgado, desanima. Essa foi a má notícia.
A boa notícia é que, mesmo fora da Catedral, há muito pra ver. A região é literalmente um museu a céu aberto. Dá pra se perder só com as esculturas.
St. Paul's Cross |
National Firefighters Memorial |
Queen Anne statue |
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Doughnuts Addicted
A história da minha vida!
Aconteceu no inverno de 2013. Nevava. Os flocos gelados insistiam em enrolar meu cabelo recém-chapado. Entrei no café a procura de refúgio contra o frio, alheia ao que me esperava. No balcão, tal qual centelhas de pecado, eles me espreitavam, prevendo a aproximação da vítima. Foi nesta insípida e inerte tarde de março, que caí em tentação, e provei, pela primeira vez o Doughnut Krispy Kreme.
Daí já era!
A Krispy Kreme Doughnut foi fundada em 1937 nos EUA, e se espalhou pelo mundo, especializada em donuts feitos no paraíso. Porque né? Não é normal. Não é normal um donut ser tão macio. Só pode ter nuvem na receita. Não é normal aquela cobertura com consistência de seda crocantinha. Não é normal.
Resolvi deixar aqui registrado que, na tentativa de controlar o vício, só vou me permitir a cada 15 dias. Acho justo!
Aconteceu no inverno de 2013. Nevava. Os flocos gelados insistiam em enrolar meu cabelo recém-chapado. Entrei no café a procura de refúgio contra o frio, alheia ao que me esperava. No balcão, tal qual centelhas de pecado, eles me espreitavam, prevendo a aproximação da vítima. Foi nesta insípida e inerte tarde de março, que caí em tentação, e provei, pela primeira vez o Doughnut Krispy Kreme.
Daí já era!
A Krispy Kreme Doughnut foi fundada em 1937 nos EUA, e se espalhou pelo mundo, especializada em donuts feitos no paraíso. Porque né? Não é normal. Não é normal um donut ser tão macio. Só pode ter nuvem na receita. Não é normal aquela cobertura com consistência de seda crocantinha. Não é normal.
Resolvi deixar aqui registrado que, na tentativa de controlar o vício, só vou me permitir a cada 15 dias. Acho justo!
terça-feira, 9 de abril de 2013
Museu kinder-ovo!
Sabe aqueles museuzinhos que vc nem pensa em ir quando a viagem é rapidinha-bate-ponto? Porque ninguém nunca ouviu falar, e nem parece grandes coisas, nem aparece em muitos guias, deve ser meio mequetrefe?
Intaum, esse é o caso do Sir John Soane's Musem, que de fora é só uma casinha vitoriana prática e normal. Mas por dentro, ah, por dentro é uma super, e eu enfatizo o super, coleção de artefatos, colunas, quadros, pedaços de edifícios empilhados de parede a parede num labirinto de escadas, salas e vãos. Eu não tô brincando! Parece que, uma vez dentro da casa, ela cresce, ganha outra dimensão, vira episódio do Arquivo X.
Agora eu vou fazer o Mister M, e revelar a mágica. O que acontece é que a gente entra pela porta de uma casinha, mas o museu compreende as duas mansões vizinhas. De fora não dá pra ver, porque elas estão intactas. Taí o truque!
Enfim, Sir John Soane's foi um arquiteto, filho de pedreiros, que em viagens de estudos, pegou gosto por coleções. HOARDER! O que hoje é o Museu, antes era sua casa e escritório. Ele inclusive dava aulas no meio daquela bagunça (organizada). A peça mais famosa é o sarcófago de Seti I. A festa do open-sarcófago durou 3 dias (uhu!).
O Museu é kinder-ovo! Isso tá concluído. Agora vamos falar da praça em frente a ele. Lincoln's Inn Fields é a maior praça pública de Londres (segundo tia wikipedia). O que surpreende um pouco. Porque ela tá mais pra média que pra grande (na minha escala de comparação, pelo menos). Ainda assim é um ótimo lugar pra lagartear, o que o clima de Londres raramente permite. Mas quando permite é satisfação profunda! Posso afirmar com experiência de causa.
Do outro lado da Praça tem mais um museu, só que esse é muito bizarro. Trata-se do Hunteriam Museum, dentro do Royal College of Surgeons. O que vc acha que pode ter num museu que funciona dentro duma escola de Medicina? Nada muito apetitoso, não é? Intaum, tem de tudo quanto é coisa relacionada ao corpo humano, de todos os tamanhos, tipos ou deformidades, boiando em vidrinhos com álcool. Tem que ter estômago pra fazer esse passeio. E eles tem. Vários estômagos.
O Hunteriam Museum surgiu da coleção (oi?) do cirugião John Hunter, que é lá do século XVII. Daquela época em que anestesia era shot de vodka, e que cirurgião tinha barbearia. Nunca me senti tão feliz por ter nascido no século XX.
A peça mais pitoresca do Museu é o esqueleto do gigante irlandês Charles Byrne. Segundo conta a lenda, o gigante queria ser cremado (ter as cinzas jogadas no pé de feijão), mas como morto reclama pouco, o médico malandrinho desviou o corpo pra sua coleção particular (que agora é pública).
Ah, já ia me esquecendo. O passeio aí de cima inteirinho é gratuíto.
Intaum, esse é o caso do Sir John Soane's Musem, que de fora é só uma casinha vitoriana prática e normal. Mas por dentro, ah, por dentro é uma super, e eu enfatizo o super, coleção de artefatos, colunas, quadros, pedaços de edifícios empilhados de parede a parede num labirinto de escadas, salas e vãos. Eu não tô brincando! Parece que, uma vez dentro da casa, ela cresce, ganha outra dimensão, vira episódio do Arquivo X.
Agora eu vou fazer o Mister M, e revelar a mágica. O que acontece é que a gente entra pela porta de uma casinha, mas o museu compreende as duas mansões vizinhas. De fora não dá pra ver, porque elas estão intactas. Taí o truque!
Enfim, Sir John Soane's foi um arquiteto, filho de pedreiros, que em viagens de estudos, pegou gosto por coleções. HOARDER! O que hoje é o Museu, antes era sua casa e escritório. Ele inclusive dava aulas no meio daquela bagunça (organizada). A peça mais famosa é o sarcófago de Seti I. A festa do open-sarcófago durou 3 dias (uhu!).
O Museu é kinder-ovo! Isso tá concluído. Agora vamos falar da praça em frente a ele. Lincoln's Inn Fields é a maior praça pública de Londres (segundo tia wikipedia). O que surpreende um pouco. Porque ela tá mais pra média que pra grande (na minha escala de comparação, pelo menos). Ainda assim é um ótimo lugar pra lagartear, o que o clima de Londres raramente permite. Mas quando permite é satisfação profunda! Posso afirmar com experiência de causa.
Do outro lado da Praça tem mais um museu, só que esse é muito bizarro. Trata-se do Hunteriam Museum, dentro do Royal College of Surgeons. O que vc acha que pode ter num museu que funciona dentro duma escola de Medicina? Nada muito apetitoso, não é? Intaum, tem de tudo quanto é coisa relacionada ao corpo humano, de todos os tamanhos, tipos ou deformidades, boiando em vidrinhos com álcool. Tem que ter estômago pra fazer esse passeio. E eles tem. Vários estômagos.
O Hunteriam Museum surgiu da coleção (oi?) do cirugião John Hunter, que é lá do século XVII. Daquela época em que anestesia era shot de vodka, e que cirurgião tinha barbearia. Nunca me senti tão feliz por ter nascido no século XX.
A peça mais pitoresca do Museu é o esqueleto do gigante irlandês Charles Byrne. Segundo conta a lenda, o gigante queria ser cremado (ter as cinzas jogadas no pé de feijão), mas como morto reclama pouco, o médico malandrinho desviou o corpo pra sua coleção particular (que agora é pública).
Ah, já ia me esquecendo. O passeio aí de cima inteirinho é gratuíto.
British Museum
British Museum quer dizer Museu Britânico. Mas onde? Cadê? Se lá dentro tá lotado de coisas "retiradas" do Egito e da Grécia?
A Grécia inclusive trabalha "questões diplomáticas" desde 1980 (lembra, o melhor ano deste mundo) pra reaver peças do Partenon. As peças do Egito, entre elas, uma porção de múmias mal assombradas, foram "re-alocadas" da França, depois da I Guerra Mundial. Ladrão que rouba ladrão... Ah, desculpa, neste caso não é roubo, é conquista. ¬¬
Tem quem discuta que OK! Se elas permanecessem nos seus países de origem não seriam bem cuidadinhas, estariam cobertas de musgo verde nojinho. Então a Inglaterra (ou a França, ou whatevá) estão fazendo um favor à história da humanidade. Ah, intaum tá intaum.
Da tia wikipédia: O Museu Britânico abriga mais de sete milhões de objetos de todos os continentes, ilustrando e documentando a história da cultura humana de seus primórdios até o presente. Aberto em 15 de janeiro de 1759, após a aprovação do rei Jorge II em 1753, foi o primeiro grande museu público, gratuito, secular e nacional em todo o mundo.
Sabe quem está lá? A Pedra de Roseta. Que eu estudei bastantão nas aulinhas de História. É a primeira descoberta de texto bilíngue registrado, e foi a partir dela que os hieróglifos egípcios (e escritas antigas) puderam ser decodificados. O que me faz pensar... kdiquê eu estudei isso mesmo?
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Os Tates
Existem quatro Tates Museums. Dois deles estão em Londres. Eles não ficam pertinho um do outro*. Não são parecidos. Mas ambos são grátis.
Henry Tate foi um milionário inglês, que fez fortuna produzindo e comercializando açúcar. Um doce de pessoa! De verdade, xente! Ele curtia filantropia, fazia todos os tipos de doações, muitas delas anônimas. E foi daí que o primeiro Tate surgiu.
O primeiro Tate, o Britain, foi inaugurado em 1897, pra fins de expôr obras de artistas contemporâneos que a National Gallery dispensava, tipo Gainsborough, Turner (que desenhava nuvenzinha colorida como ninguém) e os Pré-Rafaelitas. Nessa época, ele, o museu ainda não era Tate. Era National Gallery of British Art. Só virou Tate mais tarde, em homenagem ao sugar daddy (no bom sentido).
O Tate Modern foi inaugurado em 2000, e seu edifício, que está ganhando puxadinho, aproveita uma antiga central elétrica. Industrial nível máximo! Os acervos e exposições são sobre arte moderna... que eu não curto! Abomino! Muito provavelmente poque não entendo. Não entendo o que tem de tão transcendental em "dois tijolos empilhados" ou num " pontinho vermelho numa tela verde" (a não ser que seja uma ervilha prendendo a respiração... hihihihihi). Acho mais graça nos Teletubies. Até nos Teletubies!
Enfim, destaco dois quadros lindos de morrer no Tate Britain (óbvio, onde mais?).
1."Ellen Terry as Lady Macbeth": É mermo esse o nome. Retrata essa atriz atuando nessa peça. Retrata a atriz, mas queria mesmo era exibir o vestido, todo brilhante e exótico enfeitado com asas de besouro verde (o inseto, não o super herói). Asas de besouro! Que seda é pros fracos! Como explicou a Timeout, "Londres é Beetlemaniaca de raiz".
2. "Ophelia": Quando eu era pequena (quiança, quero dizer ¬¬), e já era nerd, passava tardes folheando os livros de artes do meu avô, e sempre parava na página da Ophelia. Me impressionava aquela moça afundando no lago, sem expressão, cara de zumbi (I've became so numb). Eu, alma de CSI, imaginava que era cena de crime. E não era, mas podia ter sido. Acontece que uma mulher real pousou para a realização do quadro, boiando numa banheira, numa época em que não saía água quente da torneira. Em Londres. No inverno. Realizou? Resultou numa pneumonia quase fatal, e os pais da moça processaram o pintor. O pintor era Millais, e a modelo era Lizzie Sidal, musa mór da Irmandade Pré-Raphaelita. Por fim, ela casou com um dos membros da irmandade, e se tornou artista também. Por fim, por fim mesmo, ela se matou com overdose de laudanum, a cocaine da época.
*Os museus não são pertinho um do outro, mas tem um barco, o Tate Boat que faz linha direta entre eles.
Henry Tate foi um milionário inglês, que fez fortuna produzindo e comercializando açúcar. Um doce de pessoa! De verdade, xente! Ele curtia filantropia, fazia todos os tipos de doações, muitas delas anônimas. E foi daí que o primeiro Tate surgiu.
O primeiro Tate, o Britain, foi inaugurado em 1897, pra fins de expôr obras de artistas contemporâneos que a National Gallery dispensava, tipo Gainsborough, Turner (que desenhava nuvenzinha colorida como ninguém) e os Pré-Rafaelitas. Nessa época, ele, o museu ainda não era Tate. Era National Gallery of British Art. Só virou Tate mais tarde, em homenagem ao sugar daddy (no bom sentido).
O Tate Modern foi inaugurado em 2000, e seu edifício, que está ganhando puxadinho, aproveita uma antiga central elétrica. Industrial nível máximo! Os acervos e exposições são sobre arte moderna... que eu não curto! Abomino! Muito provavelmente poque não entendo. Não entendo o que tem de tão transcendental em "dois tijolos empilhados" ou num " pontinho vermelho numa tela verde" (a não ser que seja uma ervilha prendendo a respiração... hihihihihi). Acho mais graça nos Teletubies. Até nos Teletubies!
Vista de dentro do Tate Modern. |
Enfim, destaco dois quadros lindos de morrer no Tate Britain (óbvio, onde mais?).
1."Ellen Terry as Lady Macbeth": É mermo esse o nome. Retrata essa atriz atuando nessa peça. Retrata a atriz, mas queria mesmo era exibir o vestido, todo brilhante e exótico enfeitado com asas de besouro verde (o inseto, não o super herói). Asas de besouro! Que seda é pros fracos! Como explicou a Timeout, "Londres é Beetlemaniaca de raiz".
2. "Ophelia": Quando eu era pequena (quiança, quero dizer ¬¬), e já era nerd, passava tardes folheando os livros de artes do meu avô, e sempre parava na página da Ophelia. Me impressionava aquela moça afundando no lago, sem expressão, cara de zumbi (I've became so numb). Eu, alma de CSI, imaginava que era cena de crime. E não era, mas podia ter sido. Acontece que uma mulher real pousou para a realização do quadro, boiando numa banheira, numa época em que não saía água quente da torneira. Em Londres. No inverno. Realizou? Resultou numa pneumonia quase fatal, e os pais da moça processaram o pintor. O pintor era Millais, e a modelo era Lizzie Sidal, musa mór da Irmandade Pré-Raphaelita. Por fim, ela casou com um dos membros da irmandade, e se tornou artista também. Por fim, por fim mesmo, ela se matou com overdose de laudanum, a cocaine da época.
Ophelia |
*Os museus não são pertinho um do outro, mas tem um barco, o Tate Boat que faz linha direta entre eles.
terça-feira, 2 de abril de 2013
Convent Garden Market
Complicado descrever lugares, porque eles são muito mais aquilo que a gente sente, do que o que a gente vê. E o meu sentimento pode ser diferente do seu. Pode ter adjetivos que não combinam.
Na minha concepção o Convent Garden Market é um parque de diversões para adultos. É também um lugar cheio de história. É também um lugar super atual. É elegante feito um clássico! É tudo isso e mais alguma coisa.
História (se não estiver interessado, é só pular o quadradão de texto):
Era uma vez um convento de monges com um jardim tão grande, tão grande que resolveram organizar uma feira agrícola dentro dele. Taí o nome Convent Garden. Isso foi no século XIII (nem sua tatatatataravó era nascida). Mais tarde, Inigo Jones, praticamente o primeiro arquiteto inglês, foi contratado pra urbanizar a área. Ele vinha de férias da Itália, tava todomal influenciado, e acabou construindo uma Piazza, de onde saiam várias ruas organizadinhas. Tava feito o atual Market. Isso foi em 1630. Uma década depois, o lugar tava em alta, bombando de boêmios, escritores, artistas e o resto do pacote. Até hoje a área é lotada de casas de espetáculos, tipo o Royal Opera House. A igrejinha da praça, St Paul's Church, é conhecida como "Igreja dos Atores".
Em 1666, repara, o ano da besta (uix!), aconteceu o "Grande Incêndio de Londres", uma tragédia parecida com o tsuname na Tailândia, só que com fogo ao invés de água. Praticamente tudo ardeu! Tu-do!
Menos o Convent Garden Market. Azar de uns, sorte de outros, o mercado acabou virando o principal de toda a capital. O que também é uma faca de doislegumes, porque tanta popularidade tornou-o mal frequentadinho. Os ricos se mudaram, as mocinhas de vida nada fácil se instalaram... E o mercado foi crescendo, crescendo e absorvendo.
Em 1974, exacto, já no século XX, o tão famoso mercado de flores, frutas e verduras fechou. Whaaat? Pois... já não comportava tanta gente, tava muito muvucado e o governo resolveu transportar pra outro lado (tal qual aconteceu com o Roque Santeiro lá nazAngola). A idéia era pôr tudo abaixo e construir avenidonas-mil-faixas no lugar.
Mas como, xente? Como destruir assim, sem mais nem menos, anos de história? Praticamente um sítio arqueológico, só que, sem ser arqueológico? Foi o que os entusiastas do local debateram, discutiram, abaixo-assinaram até que convenceram quem mandava na bagaça que mais valia modernizar e relançar a feira com um novo conceito. Foi assim que, em 1980, o melhor ano pelo qual a Terra já passou (né?), o mercado foi reinaugurado enquanto Shopping Aberto.
The end!
Eu coloquei a palavra shopping ali, mas nem pense em imaginar o West Plaza podrinho e claustrofóbico. Nem o El Corte Inglês. Nem qualquer outro shopping no sentido real da palavra. O Convent Garden é um mercadão aberto e elegante, no meio de uma praça charmosa, que concentra lojas e restaurante, claro, mas também artistas itinerantes, mostras culturais, barraquinhas de artesanato....
Entre as lojas mais queridinhas (na minha concepção, a quem interessar possa) estão: Ladurée (dos macarrons doces), Pylones (das mil e uma formas de tornar sua casa engraçada com apetrechos úteis e inúteis), Sass & Belle (trequinhos pra decoração romântica-rústica-vintage), Candy Cakes (de cupcakes) e, finalmente, o meu preferido dos preferidos, Creme de La Crepe, com sua decoração de caverninha rosa e branca, e o de-li-ci-o-so crepe de queijo de cabra com rúcula e cebola caramelizada. Ai, ai... deu água na boca!
Pra quem ainda não sentiu tentação de conhecer, tem também loja da Apple, tá?
História (se não estiver interessado, é só pular o quadradão de texto):
Era uma vez um convento de monges com um jardim tão grande, tão grande que resolveram organizar uma feira agrícola dentro dele. Taí o nome Convent Garden. Isso foi no século XIII (nem sua tatatatataravó era nascida). Mais tarde, Inigo Jones, praticamente o primeiro arquiteto inglês, foi contratado pra urbanizar a área. Ele vinha de férias da Itália, tava todo
Em 1666, repara, o ano da besta (uix!), aconteceu o "Grande Incêndio de Londres", uma tragédia parecida com o tsuname na Tailândia, só que com fogo ao invés de água. Praticamente tudo ardeu! Tu-do!
Menos o Convent Garden Market. Azar de uns, sorte de outros, o mercado acabou virando o principal de toda a capital. O que também é uma faca de dois
Em 1974, exacto, já no século XX, o tão famoso mercado de flores, frutas e verduras fechou. Whaaat? Pois... já não comportava tanta gente, tava muito muvucado e o governo resolveu transportar pra outro lado (tal qual aconteceu com o Roque Santeiro lá nazAngola). A idéia era pôr tudo abaixo e construir avenidonas-mil-faixas no lugar.
Mas como, xente? Como destruir assim, sem mais nem menos, anos de história? Praticamente um sítio arqueológico, só que, sem ser arqueológico? Foi o que os entusiastas do local debateram, discutiram, abaixo-assinaram até que convenceram quem mandava na bagaça que mais valia modernizar e relançar a feira com um novo conceito. Foi assim que, em 1980, o melhor ano pelo qual a Terra já passou (né?), o mercado foi reinaugurado enquanto Shopping Aberto.
The end!
Eu coloquei a palavra shopping ali, mas nem pense em imaginar o West Plaza podrinho e claustrofóbico. Nem o El Corte Inglês. Nem qualquer outro shopping no sentido real da palavra. O Convent Garden é um mercadão aberto e elegante, no meio de uma praça charmosa, que concentra lojas e restaurante, claro, mas também artistas itinerantes, mostras culturais, barraquinhas de artesanato....
Entre as lojas mais queridinhas (na minha concepção, a quem interessar possa) estão: Ladurée (dos macarrons doces), Pylones (das mil e uma formas de tornar sua casa engraçada com apetrechos úteis e inúteis), Sass & Belle (trequinhos pra decoração romântica-rústica-vintage), Candy Cakes (de cupcakes) e, finalmente, o meu preferido dos preferidos, Creme de La Crepe, com sua decoração de caverninha rosa e branca, e o de-li-ci-o-so crepe de queijo de cabra com rúcula e cebola caramelizada. Ai, ai... deu água na boca!
Pra quem ainda não sentiu tentação de conhecer, tem também loja da Apple, tá?