Só choco. Sem late. Conhece?
Eu conheci quando vim pra Angola, e foi amor à primeira mordida. Explico: choco (sem late) é fruto do mar. Sendo fruto enquanto bixo, já que essa expressão se refere a bixo e não fruta.
Choco é tipo lula e polvo, mas é nem um nem outro. É primo direto da família dos cefalópodes, e assim como os parentes tem 8 tentáculos.
E o sabor? Tem gosto de que? Deixa ver se me faço entender: tem gosto de bife de polvo, se bife de polvo existisse, só que melhor. Captou?
domingo, 25 de novembro de 2012
sábado, 24 de novembro de 2012
Rainha Ginga
Angola não tem Princesa Diana, Rainha Elizabeth, Duquesa Kate Midletown.
Mas tem Rainha Ginga. Serve?
Conta a lenda que a Ginga, cujo nome verdadeiro era Nzinga (ficadica pra nome de rebenta), não se dava muito bem com o maninho, Ngola. Quando quiança, era aquela gritaria: Manhêeee, o Ngola puxou meu cabelo. Manhêeee, o Ngola quebrou minha Barbie. Ngola, o maninho pentelho, era júnior, levava o mesmo nome do pai, niqui conclui-se: herdeiro do trono.
Tá acompanhando?
O rei morreu resistindo à ocupação portuguesa, e deixou o pepino-poblema na mão do Ngola Jr. Ngola Jr., que era banana-covardão, mandou a irmã no seu lugar, pra dar uma de diplomata e entrar em acordo com os tugas. Não antes de matar o póprio sobrinho, que sucederia ao trono no caso da sua morte. Família puro amor (coração com a mão)!
Nzinga, toda ela ginga, jogo de cintura e simpatia, trocou uma idéia com os tugas (instalados lá em Luanda) e encantou geral. Fez acordo e se converteu ao catolicismo, digitransformando em Dona Ana de Souza (nome-de-pobre). Depois dessa, voltou pra junto do irmão sissintindo. E já que tava podendo, mandou envenenar o pentelho, e virou rainha absoluta. Po-de-ro-sa, abso-lu-ta!
Quer dizer, marromenos, que os tugas não reconheceram a nomeação, e voltaram com as tentativas de conquistar esse pedaço de terra. Foi aí que ela, na TPM, deu chilique e virou guerreira. Juntou uma coleção de povos vizinhos em reunião de condomínio, e convenceu geral a resistir ao domínio colonial.
De guerrinha em guerrinha, ela teve algumas irmãs seqüestradas, e mesmo sendo mulé teimosa, vez em quando tinha que negociar a devolução das mais quiridas. Num desses acordos, estabeleceu uma paz assim relativamente pacífica, e se aposentou do cargo de rainha guerreira. Morreu com 82 aninhos lavando a dentadura.
Mintira, essa última parte eu inventei.
Assim, num tá bem contada essa história. Ninguém sabe direitinho o que aconteceu. Mas eu curti a minha versão. E vc?
Mas tem Rainha Ginga. Serve?
Ilustra by Sebalopdel |
Conta a lenda que a Ginga, cujo nome verdadeiro era Nzinga (ficadica pra nome de rebenta), não se dava muito bem com o maninho, Ngola. Quando quiança, era aquela gritaria: Manhêeee, o Ngola puxou meu cabelo. Manhêeee, o Ngola quebrou minha Barbie. Ngola, o maninho pentelho, era júnior, levava o mesmo nome do pai, niqui conclui-se: herdeiro do trono.
Tá acompanhando?
O rei morreu resistindo à ocupação portuguesa, e deixou o pepino-poblema na mão do Ngola Jr. Ngola Jr., que era banana-covardão, mandou a irmã no seu lugar, pra dar uma de diplomata e entrar em acordo com os tugas. Não antes de matar o póprio sobrinho, que sucederia ao trono no caso da sua morte. Família puro amor (coração com a mão)!
Nzinga, toda ela ginga, jogo de cintura e simpatia, trocou uma idéia com os tugas (instalados lá em Luanda) e encantou geral. Fez acordo e se converteu ao catolicismo, digitransformando em Dona Ana de Souza (nome-de-pobre). Depois dessa, voltou pra junto do irmão sissintindo. E já que tava podendo, mandou envenenar o pentelho, e virou rainha absoluta. Po-de-ro-sa, abso-lu-ta!
Quer dizer, marromenos, que os tugas não reconheceram a nomeação, e voltaram com as tentativas de conquistar esse pedaço de terra. Foi aí que ela, na TPM, deu chilique e virou guerreira. Juntou uma coleção de povos vizinhos em reunião de condomínio, e convenceu geral a resistir ao domínio colonial.
De guerrinha em guerrinha, ela teve algumas irmãs seqüestradas, e mesmo sendo mulé teimosa, vez em quando tinha que negociar a devolução das mais quiridas. Num desses acordos, estabeleceu uma paz assim relativamente pacífica, e se aposentou do cargo de rainha guerreira. Morreu com 82 aninhos lavando a dentadura.
Mintira, essa última parte eu inventei.
Assim, num tá bem contada essa história. Ninguém sabe direitinho o que aconteceu. Mas eu curti a minha versão. E vc?
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Eu na Caras!
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Nova Marginal
Eu vou ser clichê e fazer post sobre a nova marginal de
Luanda como todo blogueiro angolano? Siiiiim! Eu vou trocar esse post por um
abacaxi? Nãaaaao! Sílvio Santos feelings.
Desde que eu cheguei em Luanda (e muito antes disso também),
a cidade era um grande canteiro de obras (mais clichê do que isso eu não
consigo). Construção e reconstrução pra todo lado. A maioria como parte de
plano governamental. Pessoalmente simpatizo com o projeto Vias de Luanda, que
tá espalhado por tudo quanto é bairro, e não prevê só jogar piche asfalto
nas ruinhas, mas também criar toda uma infra-estrutura por baixo delas. Rede de
água, esgoto, cabeamentos, tudo junto e misturado.
Não sei se a nova Marginal fez parte do projecto. Só sei
que, nóssinhora, ficou bu-ni-ta! A avenida marginal, que na verdade se chama 4
de Fevereiro, é basicamente a beira mar de Luanda. E vinha desde a Guerra Civil
se acabando nas dorgas. Completamente jogada as traças. Depois de 30
meses de obras, que incluíram viadutos, novas vias e eteceteras, ficou feito
nova. Parece hora de morfar de Pokémon. Tem calçadão, calçadinha, ciclovia,
quadras mil e até ponte decorativa-decorada com luz neon. Eu tô criando coragem
pra ir lá fazer caminhada gritando “Arrastão! Arrastão!”. Conheço expatriado que faz e sobrevive
curte.
Fotos pra quem não acredita quando eu elogio:
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Zaire, a província
Por motivos profissionais estou ficando amiga-íntima da história do Zaire, a província de Angola vizinha da República do Congo (o país). E, ói, tem muito causo interessante. Eu acho e a Unesco também. Por isso tem projecto pra tombar (scataplaf) M’Banza Congo, a capital, como patrimônio cultural da humanidade.
M’Banza pronuncia-se Umbanza. É bom vc aprender, porque, né? Vai usar muito na vida.
Naquela região antigamente funcionava o Reino do Congo! Tipo a Roma Antiga só que da África Central. Ou seja, OS CARAS! M’Banza Congo era o centro nervoso do império todo, era de lá que saiam as ordens. Depois que os portugueses chegaram, mudaram o nome da cidade pra São Salvador do Congo, e fizeram geral se converter pro catolicismo, que era modinha. E quem não queria batizado? Morria, né? Que a Igreja Católica era pura piedade!
Foi assim com a mãe do rei. Ela tava dodói e recorreu aos curandeiros. Pecado mortal! O rei, que por lei, tinha que mandar matar a mãe, resolveu ser brincalhão. Fez uma festinha em sua homenagem, e debaixo da cadeira dela preparou um mega buracão-armadilha. Surpresa! A pobrezinha sentou, caiu lá embaixão (scataplum), e foi enterrada ali mesmo, viva. Pra provar que humor negro já existe há bué de tempo.
Não, gentem, óbvio que não achei graça!
Então que o povo tinha medo do catolicismo, porque matava. E também porque a Igreja principal, Kulumbimbi, surgiu do-nada-do-dia-pra-noite. Diz a lenda, né? O que aconteceu de verdade foi que, enquanto ela era construída, taparam a área com, sei lá, lona laranja (isso em 1491), e ninguém viu até a inauguração. Hoje a igreja é pura ruína, tipo a casa muito engraçada que não tinha teto, não tinha nada. Mas, de novo a lenda falando, contam que nunca-nunca chove dentro dela. Nunca!
E tem também a árvore da força (may the force be with you), Yala Nkwo que é centenária, da idade do Obi-Wan Kenobi e tem seiva vermelha. O povo jura que é sangue! Era sob ela que o rei executava as sentenças. Se sangra não sei, mas de certeza que é assombrada. Taí lugarzinho bom pra fazer ghost walk tour.
M’Banza pronuncia-se Umbanza. É bom vc aprender, porque, né? Vai usar muito na vida.
Naquela região antigamente funcionava o Reino do Congo! Tipo a Roma Antiga só que da África Central. Ou seja, OS CARAS! M’Banza Congo era o centro nervoso do império todo, era de lá que saiam as ordens. Depois que os portugueses chegaram, mudaram o nome da cidade pra São Salvador do Congo, e fizeram geral se converter pro catolicismo, que era modinha. E quem não queria batizado? Morria, né? Que a Igreja Católica era pura piedade!
Foi assim com a mãe do rei. Ela tava dodói e recorreu aos curandeiros. Pecado mortal! O rei, que por lei, tinha que mandar matar a mãe, resolveu ser brincalhão. Fez uma festinha em sua homenagem, e debaixo da cadeira dela preparou um mega buracão-armadilha. Surpresa! A pobrezinha sentou, caiu lá embaixão (scataplum), e foi enterrada ali mesmo, viva. Pra provar que humor negro já existe há bué de tempo.
Não, gentem, óbvio que não achei graça!
Então que o povo tinha medo do catolicismo, porque matava. E também porque a Igreja principal, Kulumbimbi, surgiu do-nada-do-dia-pra-noite. Diz a lenda, né? O que aconteceu de verdade foi que, enquanto ela era construída, taparam a área com, sei lá, lona laranja (isso em 1491), e ninguém viu até a inauguração. Hoje a igreja é pura ruína, tipo a casa muito engraçada que não tinha teto, não tinha nada. Mas, de novo a lenda falando, contam que nunca-nunca chove dentro dela. Nunca!
E tem também a árvore da força (may the force be with you), Yala Nkwo que é centenária, da idade do Obi-Wan Kenobi e tem seiva vermelha. O povo jura que é sangue! Era sob ela que o rei executava as sentenças. Se sangra não sei, mas de certeza que é assombrada. Taí lugarzinho bom pra fazer ghost walk tour.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
ACESSORIZESSE!
jornaleira jornalista, eu como diagramadora-designer-faz-tudo.
Hoje a Lilia é assessora de imprensa lá em Ribeirão Preto, e dona do blog de moda ACESSORIZESSE! (assim chique com exclamação no final). Recentemente ela me pediu uma ilustra pra servir de cabeçalho pro blog, e voíla.
Xuxa estiver pronta pro público. Eu não me aguentei, e vim logo fazer fofoca.
Declaro que conheci quase todos meus BFFs no ambiente de trabalho. Mas eu também trabalho... entre outras coisas. Foi assim com Carol, Zana, com o Flávio, eteceteras.
Mas eu tô aqui pra falar da Lilian Marcelino, que foi a primeira pessoa que conheci em São Ludgero (lucky me). Trabalhavamos juntas no jornal local, a Folha do Vale. Ela como
Hoje a Lilia é assessora de imprensa lá em Ribeirão Preto, e dona do blog de moda ACESSORIZESSE! (assim chique com exclamação no final). Recentemente ela me pediu uma ilustra pra servir de cabeçalho pro blog, e voíla.
Os doodles não são meus. Peguei lá no shutterstock.
|
Neste momento, ela está sendo usada lá na página do blog no FB, mas Lilia me garantiu que gostou (pq, né? Ela é simpática) e vai colocar no blog assim que a transformação total da sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Mais uma de Argentino: San Luís
Meu pai também é cigano feito eu (ou vice-versa), e do tipo católico. Só mora em cidade com nome de santo: São Paulo, Curitiba (fail), São Ludgero, San Luís, San José. Destas todas só não falei de San Luís pra vcs. Mas, não seja por isso. Falo já-agora.
Da última vez que fui, de 2008 pra 2009, a cidade já tinha crescido bastante, estava uma mocinha. Mas não perdeu o charme de vilinha interiorana.
Um passeio que o povo gosta de fazer por lá, é acampar ou piquenicar em Potrero de los Funes, uma área de campo com rios e cachoeiras (lê-se mosquitos).
O povo nota 10, nem parece argentino.
*bañero em argentino é salva-vidas. Tava achando que eu passei a viagem toda desarranjada, né?
San Luís fica no centro-oeste da Argentina, vizinha da cordilheira dos Andes. Neva no inverno, faz um calor absurdo no verão, mas a paisagem é sempre a mesma: os picos branquinhos. Cena de postal cafona de Natal. Mesmo lindo! Eu nunca vi neve, daonde conclui-se que nunca estive lá na época de frio, mas passei algumas temporadas derretendo na quentura.
Na primeira, papai não tinha casa porque ainda estava avaliando as possibilidades, e ficamos hospedados no hotel dos venados (dois bambis). Hotelzinho muito legal, com piscina e bañero... ai, ai... bañero. Me lembro que a cidade fechava toda pra fazer a siesta. Anoitecia muito tarde e os restaurantes abriam a partir das 22h da noite. O povoado tinha um único shopping, afastado de tudo. Meu pai perdia o salário todo de um mês no cassino.
Cassino, vc entra com os dois rins... |
Hotel Dos Venados |
Um passeio que o povo gosta de fazer por lá, é acampar ou piquenicar em Potrero de los Funes, uma área de campo com rios e cachoeiras (lê-se mosquitos).
O povo nota 10, nem parece argentino.
Estação Ferrocarril |
*bañero em argentino é salva-vidas. Tava achando que eu passei a viagem toda desarranjada, né?
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Blumenau
Este post tinha mesmo que ser escrito em outubro (todos os meus movimentos são friamente calculados), kadiquê em outubro tem? Dia das quiança? Dos teachers? Aniversário da hermana (desculpa eu)? Do Eminen?
Não, Oktoberfest.
Eu tô falando da Oktober que acontece todo ano em Blumenau (tem também em Munique), aquela cidadezinha linda de colonização alemã do interior de Santa Catarina. Outra coisa que acontece todo ano em Blumenau é enchente, né? Inclusive a Oktober começou justamente depois de uma enchente catastrófica-do-mal, como forma de levantar a moral do povo (uhu, cerveja!) e dar aquela turbinada na economia.Tanto funcionou que a festa cresce, cresce, cresce. Tem Fritz, tem Frida, desfiles, pavilhões e muito chopp. Ano passado foram cerca de 564.000 turistas.
Só não impediu de continuar tendo enchente no Rio Itajaí-Açu. Antes tivesse pelo menos impedido os resultados. Estou falando isso porque em 2008 eu morava em Blumenau quando aconteceu a maior enchente de todos os tempos. Não foi bolinho!
Eu morava no topo da rua, o que geralmente não é bom porque, né? Subir ladeira. Mas nesse caso foi o MUST, que a casa ficou isolada feito ilha, mas não alagou. O resto da cidade em compensação ficou destruída, parecendo EUA na cena da onda do Impacto Profundo. 135 mortes, 5.617 desabrigados alguns deles amigos meus (os desabrigados, tá?).
Foi praticamente test drive pra morar em Angola, tendo em vista que ficamos marromenos uma semana sem água, e vários dias sem luz. Exercitando o banhinho de caneca. E eu aqui fazendo piada com a desgraça alheia...
Assim até parece que morar em Blumenau foi um fiasco. Mas não foi, foram cerca de 6 meses de pura felicidade, morando na república mais mara ever! Fui embora triste, mas feliz, pra encarar o que seria a maior aventura da minha vida, e eu nem sabia.
Então, recapitulando, foi São Paulo, Curitiba, São Ludgero, Florianópolis, depois Blumenau, e por fim Luanda. Isso é apenas o começo!!! Te prepara, mundo!!!
Não, Oktoberfest.
Eu tô falando da Oktober que acontece todo ano em Blumenau (tem também em Munique), aquela cidadezinha linda de colonização alemã do interior de Santa Catarina. Outra coisa que acontece todo ano em Blumenau é enchente, né? Inclusive a Oktober começou justamente depois de uma enchente catastrófica-do-mal, como forma de levantar a moral do povo (uhu, cerveja!) e dar aquela turbinada na economia.Tanto funcionou que a festa cresce, cresce, cresce. Tem Fritz, tem Frida, desfiles, pavilhões e muito chopp. Ano passado foram cerca de 564.000 turistas.
Só não impediu de continuar tendo enchente no Rio Itajaí-Açu. Antes tivesse pelo menos impedido os resultados. Estou falando isso porque em 2008 eu morava em Blumenau quando aconteceu a maior enchente de todos os tempos. Não foi bolinho!
Eu morava no topo da rua, o que geralmente não é bom porque, né? Subir ladeira. Mas nesse caso foi o MUST, que a casa ficou isolada feito ilha, mas não alagou. O resto da cidade em compensação ficou destruída, parecendo EUA na cena da onda do Impacto Profundo. 135 mortes, 5.617 desabrigados alguns deles amigos meus (os desabrigados, tá?).
Foi praticamente test drive pra morar em Angola, tendo em vista que ficamos marromenos uma semana sem água, e vários dias sem luz. Exercitando o banhinho de caneca. E eu aqui fazendo piada com a desgraça alheia...
Assim até parece que morar em Blumenau foi um fiasco. Mas não foi, foram cerca de 6 meses de pura felicidade, morando na república mais mara ever! Fui embora triste, mas feliz, pra encarar o que seria a maior aventura da minha vida, e eu nem sabia.
Então, recapitulando, foi São Paulo, Curitiba, São Ludgero, Florianópolis, depois Blumenau, e por fim Luanda. Isso é apenas o começo!!! Te prepara, mundo!!!
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Batata Flambada no Chopp do Gus
Voltei pra falar de batata, porque batata é o combustível da vida.
Lá em Curitiba, eu falei do Beto, o Batata. Em Florianópolis, vou falar do Gus, do Chopp do Gus. Mas você não ia falar de batata? Exprico: no Gus tem “batata flambada aos quatro queijos”. Nóssinhora!
O Chopp do Gus é um boteco no Corrégo Grande (que é um bairro, não um riozinho), especializado em showzinhos de rock, decorado com discos de vinil e móveis rústicos, e que tem no cardápio uma variedade de comidas flambadas. Batata, aipim, mignon (com gorgonzola), picanha (com cheddar), você escolhe o ingrediente principal, e vem um mocinho de maçarico na mão, pra derreter o queijo que vai por cima. A mágica acontece na sua frente!
Comemorei aniversário e despedida lá, fui algumas vezes com o povo da ID (tô fazendo coração com a mão)... tudo era desculpa pra se acabar na batata!
Óbvio que Floripa tem um montão de outras coisas legais pra oferecer em termos de comidinha, mas eu fiz a minha escolha, e é tudo o que eu tenho a dizer sobre isso.
Lá em Curitiba, eu falei do Beto, o Batata. Em Florianópolis, vou falar do Gus, do Chopp do Gus. Mas você não ia falar de batata? Exprico: no Gus tem “batata flambada aos quatro queijos”. Nóssinhora!
O Chopp do Gus é um boteco no Corrégo Grande (que é um bairro, não um riozinho), especializado em showzinhos de rock, decorado com discos de vinil e móveis rústicos, e que tem no cardápio uma variedade de comidas flambadas. Batata, aipim, mignon (com gorgonzola), picanha (com cheddar), você escolhe o ingrediente principal, e vem um mocinho de maçarico na mão, pra derreter o queijo que vai por cima. A mágica acontece na sua frente!
Comemorei aniversário e despedida lá, fui algumas vezes com o povo da ID (tô fazendo coração com a mão)... tudo era desculpa pra se acabar na batata!
Óbvio que Floripa tem um montão de outras coisas legais pra oferecer em termos de comidinha, mas eu fiz a minha escolha, e é tudo o que eu tenho a dizer sobre isso.
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
Auto Retrato
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Florianópolis para moradores
Depois de marromenos 3 anos morando no interior, me mudei pra capitar (porta, porteira, portão): Florianópolis. Que todo mundo chama de Floripa, porque Flo-ri-a-nó-po-lis tem muita sílaba.
Florianópolis é cidade pra fazer férias, mas eu fui pra trabalhar (numa agência de publicidade fo-do-na). E o povo gosta de fazer férias por conta das praias, várias delas, uma mais paradisíaca que a outra. Mas eu, como o leitor sabe (sabe?), não curto praia. Tenho fanico com areia pinicando no biquini. De modo que esse não vai ser um post pra ouvir com pout-pourri dos Beach Boys.
Floripa é ilha, mas também tem uma parte no continente. O bairro mais legal em terra é Coqueiros, cadiquê é beira-mar. Alôca, acabou de dizer que não gosta de praia! Vamos esclarecer: Eu não gosto de entrar na praia, mas curto olhar o mar de longe, de onde ele não pode me pegar. Essa área tem muitos mirantes, alguns deles no meio das pedras. Bem romântico pros casalitos.
Mas legal mesmo de verdade é a ilha. A descida da ponte que faz ligação com o continente é paisagem de tirar o fôlego. Melhor welcome éva. Até hoje me emociono. A avenida beira-mar, outro abuso! Conjunção perfeita entre obra dozómi e da natureza. É, de Floripa só dá pra falar assim, com muito elogio.
Eu morava na Trindade, bairro da Universidade Federal, antro de república de estudantes. Eu fazia parte de uma. Foi minha iniciação nessa vida de dividir apartamento. A Trindade é bairro completo, tudo pertinho, não é necessário sair dele pra nada. Mas eu saía. Saía muito pra ir à Lagoa da Conceição.
Funciona assim: antes mesmo de chegar na Lagoa per se, existe uma região que é só botecos temáticos ou não, de todos os tipos, cores e sabores. No verão é inferninho de turista e adolescente, ou turista-adolescente (me-do-pro-fun-do!). Por isso que eu, enquanto anti-social, só ia fora de temporada (menos quando tinha vento sule). A maioria dos barzinhos é movido a base de música ao vivo, coisa que eu adouro!
Acabou o inferninho, há que descer a serra – desfiladeiro. Turista pára pra tirar foto no mirante. Eu, descia embalada - ha! (Mintirinha, mãe.) É bonito, mas dá vertige. No final deste percurso aporta-se na Avenida das Rendeiras... toda beira-mar, toda ela restaurantezinhos e camarões. Intaum que eu óbvio parei de comer carne nessa época, néam?
Eu aqui não vou falar de Jurerê e esses pontos tutz-tutz. Vou falar de Santo Antônio de Lisboa, que é história! Como o nome diz logo, o bairro é de origem portuguesa, com igrejinha da época colonial, e várias casinhas originais. A beira-mar é bonita, mas bonito mesmo é sentar num barzinho por ali e se acabar nas ostras. Tem muita criação na região.
E é tudo o que eu tenho pra dizer hoje, tá bão?
Florianópolis é cidade pra fazer férias, mas eu fui pra trabalhar (numa agência de publicidade fo-do-na). E o povo gosta de fazer férias por conta das praias, várias delas, uma mais paradisíaca que a outra. Mas eu, como o leitor sabe (sabe?), não curto praia. Tenho fanico com areia pinicando no biquini. De modo que esse não vai ser um post pra ouvir com pout-pourri dos Beach Boys.
Pedras de Coqueiros, diz a lenda que é tudo bruxa petrificada. |
Floripa é ilha, mas também tem uma parte no continente. O bairro mais legal em terra é Coqueiros, cadiquê é beira-mar. Alôca, acabou de dizer que não gosta de praia! Vamos esclarecer: Eu não gosto de entrar na praia, mas curto olhar o mar de longe, de onde ele não pode me pegar. Essa área tem muitos mirantes, alguns deles no meio das pedras. Bem romântico pros casalitos.
Mas legal mesmo de verdade é a ilha. A descida da ponte que faz ligação com o continente é paisagem de tirar o fôlego. Melhor welcome éva. Até hoje me emociono. A avenida beira-mar, outro abuso! Conjunção perfeita entre obra dozómi e da natureza. É, de Floripa só dá pra falar assim, com muito elogio.
Eu morava na Trindade, bairro da Universidade Federal, antro de república de estudantes. Eu fazia parte de uma. Foi minha iniciação nessa vida de dividir apartamento. A Trindade é bairro completo, tudo pertinho, não é necessário sair dele pra nada. Mas eu saía. Saía muito pra ir à Lagoa da Conceição.
Beira-Mar |
Funciona assim: antes mesmo de chegar na Lagoa per se, existe uma região que é só botecos temáticos ou não, de todos os tipos, cores e sabores. No verão é inferninho de turista e adolescente, ou turista-adolescente (me-do-pro-fun-do!). Por isso que eu, enquanto anti-social, só ia fora de temporada (menos quando tinha vento sule). A maioria dos barzinhos é movido a base de música ao vivo, coisa que eu adouro!
Acabou o inferninho, há que descer a serra – desfiladeiro. Turista pára pra tirar foto no mirante. Eu, descia embalada - ha! (Mintirinha, mãe.) É bonito, mas dá vertige. No final deste percurso aporta-se na Avenida das Rendeiras... toda beira-mar, toda ela restaurantezinhos e camarões. Intaum que eu óbvio parei de comer carne nessa época, néam?
Avenida das Rendeiras |
Eu aqui não vou falar de Jurerê e esses pontos tutz-tutz. Vou falar de Santo Antônio de Lisboa, que é história! Como o nome diz logo, o bairro é de origem portuguesa, com igrejinha da época colonial, e várias casinhas originais. A beira-mar é bonita, mas bonito mesmo é sentar num barzinho por ali e se acabar nas ostras. Tem muita criação na região.
Santo António de Lisboa |
E é tudo o que eu tenho pra dizer hoje, tá bão?
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Tubarão, Termas do Gravatal, Braço do Norte
A cidade “grande” mais próxima de São Ludgero é (tun-tun-tun-tun) Tubarão. Ou seja, pra pegar um cineminha ou comer bigMac do Bob’s (Luanda feelings), há que se viajar uns 40 minutos em estradinha. Eu sempre achei que Tubarão (tun-tun-tun-tun) era cidade pequena com feiurinhas de cidade grande. Em outras palavras, nunca simpatizei.
Em compensação neste trajeto está Termas do Gravatal, um cantinho difícil de não gostar. Termas do Gravatal faz parte da cidade de (ganha um doce quem adivinhar) Gravatal. E se diferencia por ter (ôto doce) águas termais. Niqui é região turística.
Tem uma porção de hotéis, chalés, cabanas, tudo alimentado pelas águas quentinhas que saem da fonte a 37º. Tem parque aquático com tobogã altão. Tem restaurante italiano de qualidade. Tem café simpático pra sentar e conversar (o Café com Arte). Tem comércio de artesanato, roupinhas e eteceteras (que fecha aos domingos e feriados). Tem a única balada que reúne os adolescentes das cidades todas (a Recanto). E tem muita, mas muita excursão da terceira idade. Dá pra não curtir?
Neste caminho entre São Ludgero e (tun-tun-tun-tun) Tubarão, tem também Braço do Norte. Capital das molduras, dizem. Não tem como ser mais chato que isso. Só tem lá certa graça dentro da minha cabeça, uma vez que, tendo trabalhado no Jornal e na Gráfica local, o que não falta são lembranças.
E é por ter trabalhado aí, que hoje estou aqui, mas isso é assunto pra outro post.
Em compensação neste trajeto está Termas do Gravatal, um cantinho difícil de não gostar. Termas do Gravatal faz parte da cidade de (ganha um doce quem adivinhar) Gravatal. E se diferencia por ter (ôto doce) águas termais. Niqui é região turística.
Tem uma porção de hotéis, chalés, cabanas, tudo alimentado pelas águas quentinhas que saem da fonte a 37º. Tem parque aquático com tobogã altão. Tem restaurante italiano de qualidade. Tem café simpático pra sentar e conversar (o Café com Arte). Tem comércio de artesanato, roupinhas e eteceteras (que fecha aos domingos e feriados). Tem a única balada que reúne os adolescentes das cidades todas (a Recanto). E tem muita, mas muita excursão da terceira idade. Dá pra não curtir?
Neste caminho entre São Ludgero e (tun-tun-tun-tun) Tubarão, tem também Braço do Norte. Capital das molduras, dizem. Não tem como ser mais chato que isso. Só tem lá certa graça dentro da minha cabeça, uma vez que, tendo trabalhado no Jornal e na Gráfica local, o que não falta são lembranças.
E é por ter trabalhado aí, que hoje estou aqui, mas isso é assunto pra outro post.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Já ouviu falar em São Ludgero? Não? Normal...
São Ludgero é um santo alemão. É também uma cidade de Santa Catarina, da qual, ingual o santo, ninguém nunca ouviu falar. Antes de existir o Google Maps, não dava nem pra encontrar no Atlas. Área total de 120 km2. Muito mini. E eu morei nela.
Foi mais ou menos em 2003. Meu bolso tava tão furado, que eu mal conseguia pagar o mínimo da prestação da C&A (I know that you know the feeling ). Engoli o orgulho (azediiim), e decidi que era boa idéia voltar pra casa de mamãe-papai. Que, por sua vez, estavam de mudança pra São Ludgero.
A mini-cidade é toda de colonização alemã, niqui o povo é alto, loiro e de bochecha rosada. Todo mundo se conhece. TODO MUNDO. Por nome e sobrenome. São 10.000 habitantes que se conhecem ao vivo. Pessoalmente não me agrada a sensação.
Dá pra conhecer São Ludgero toda em, sei lá, 20 minutos. E é simpática, bonitinha, toda limpinha, aconchegante. Tem igreja, cemitério, acadimia, escola de inglês (hermana era teacher), quitanda, farmácia... e na-da-pra-fa-zer. A não ser que você curta um bailão de vanerão no salão paroquial.
Olha, eu curtia (nem ligo que vc tá dando risada), principalmente na festa do Padroeiro da cidade, que era MEGA evento de 3 dias no mês de maio. Bingo, leilão de gado (papai pirava), parque de diversões, jantar tradicional com salsichão, gemüse*, muito chopp, e craro, o bailão em si.
Super ponto positivo: São Ludgero está em lugar estratégico. Tem de um lado a serra gaúcha pra fazer turismo no inverno geladão, e do outro as praias catarinenses que o povo adoura no verão. Laguna é a mais próxima. Tudo isso há menos de duas horinhas de carro, tá?
* Gemüse que o povo de São Ludgero chama de guimis é um purê de batata com repolho, couve e um baconzinho. Táqui a receita.
Foi mais ou menos em 2003. Meu bolso tava tão furado, que eu mal conseguia pagar o mínimo da prestação da C&A (I know that you know the feeling ). Engoli o orgulho (azediiim), e decidi que era boa idéia voltar pra casa de mamãe-papai. Que, por sua vez, estavam de mudança pra São Ludgero.
A mini-cidade é toda de colonização alemã, niqui o povo é alto, loiro e de bochecha rosada. Todo mundo se conhece. TODO MUNDO. Por nome e sobrenome. São 10.000 habitantes que se conhecem ao vivo. Pessoalmente não me agrada a sensação.
Dá pra conhecer São Ludgero toda em, sei lá, 20 minutos. E é simpática, bonitinha, toda limpinha, aconchegante. Tem igreja, cemitério, acadimia, escola de inglês (hermana era teacher), quitanda, farmácia... e na-da-pra-fa-zer. A não ser que você curta um bailão de vanerão no salão paroquial.
Olha, eu curtia (nem ligo que vc tá dando risada), principalmente na festa do Padroeiro da cidade, que era MEGA evento de 3 dias no mês de maio. Bingo, leilão de gado (papai pirava), parque de diversões, jantar tradicional com salsichão, gemüse*, muito chopp, e craro, o bailão em si.
Super ponto positivo: São Ludgero está em lugar estratégico. Tem de um lado a serra gaúcha pra fazer turismo no inverno geladão, e do outro as praias catarinenses que o povo adoura no verão. Laguna é a mais próxima. Tudo isso há menos de duas horinhas de carro, tá?
E tem também o sítio do papai que é lugar iluminadim-di-Deus! |
* Gemüse que o povo de São Ludgero chama de guimis é um purê de batata com repolho, couve e um baconzinho. Táqui a receita.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Beto Batata e o Museu do Olho
Da última vez que fui pra Curitiba, conheci um ponto turístico que, pasmem, eu não conhecia: o Museu do Olho do Niemeyer. Não, não, o nome do museu não é esse, é “Museu Oscar Niemeyer”. Quem projetou foi o póprio, e tem formato de olho. Tá bão? Muito legal, passeio pra tarde toda, com mostras permanentes de artistas de renome.
Mas eu vim falar de um negócio muito mais importante.
Eu vim falar do Beto Batata. [Salivando]. Levanta a mão quem já comeu batata suíça (ou rostie). Crocante por fora, derretéeendo por dentro. Tá em dúvida? Confere aí a foto.
Batata Suíça é dessas comidas que não deviam vir em prato. Deviam vir em altar.
Quando cheguei em Curitiba era novidade. Veja bem, nem em São Paulo existia. Queeeeê?
Até onde sei, o Beto Batata* foi o importador da idéia, e tinha um restaurantezinho mega aconchegante no Alto da XV. Depois ele começou a entregar em casa (lembrança deu na cama de pijama com um batatão no colo). Depois outros lugares começaram a copiar, e hoje em dia, ele já tem franquias nos shoppings. Merece, gente! Pra mim o Beto Batata é 3x mais importante que o Bill Gates, e podia ser presidente do Brasil.
*Beto Batata é o nome do restaurante e não do dono do restaurante, mas eu nem ligo.
Mas eu vim falar de um negócio muito mais importante.
Eu vim falar do Beto Batata. [Salivando]. Levanta a mão quem já comeu batata suíça (ou rostie). Crocante por fora, derretéeendo por dentro. Tá em dúvida? Confere aí a foto.
Batata Suíça é dessas comidas que não deviam vir em prato. Deviam vir em altar.
Quando cheguei em Curitiba era novidade. Veja bem, nem em São Paulo existia. Queeeeê?
Até onde sei, o Beto Batata* foi o importador da idéia, e tinha um restaurantezinho mega aconchegante no Alto da XV. Depois ele começou a entregar em casa (lembrança deu na cama de pijama com um batatão no colo). Depois outros lugares começaram a copiar, e hoje em dia, ele já tem franquias nos shoppings. Merece, gente! Pra mim o Beto Batata é 3x mais importante que o Bill Gates, e podia ser presidente do Brasil.
*Beto Batata é o nome do restaurante e não do dono do restaurante, mas eu nem ligo.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Walk Tour em Curitiba
Quem acompanha o blog (alguém? alguém?) sabe que não sou de ficar falando da vida pessoal. Solto aí dicas de viagens, curiosidades sobre Angola, que é pra isso que ele serve. Mas hoje eu vou dizer que do mês passado pra cá, aconteceram umas coisas que me deixaram meio baralhada, assim, sem saber das cenas dos próximos capítulos da minha pórpia vida. E eu só to escrevendo tudo isso que é pra dar uma explicação do sumiço geral. A quem interessar possa.
Sem mais aclarações, voltemos ao tema anterior: Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim...
Eu tava falando de Curitiba, aquela cidadezim lindi-Deus, que tinha mania de ser européia, e eu bem achava que era (antes de conhecer um pouco dazoropa – há). Fui lá que eu virei gente. Fiz faculdade, arrumei o primeiro emprego, fui morar sozinha pela primeira vez, tive o primeiro namorado (e tudo que ele trouxe no pacote-há).
Vamos pro calçadão? Onde tem calçadão tem alma da cidade, né não? Descendo a primeira rua à direita, cai-se na XV de Novembro, ou Rua das Flores, tradicional rua de comércio curitibano. A essa altura, o pedreste só vai ver lojas populares, do tipo “quer pagar quanto?”. Mas continuando o passeio, à direita, a aura muda. Cafézinhos e banquinhos espalhados, o bondinho, o Palácio Avenida, tradicional pelo coral de Natal (al, al, al) do HSBC (ahan, é o prédio da propaganda), jardineiras floridas (daí o nome). Cuidado que nessa região costuma ter um daqueles palhaços sombra. Vejo graça nenhuma. Palhaço é muito bicho do mau.
Sem mais aclarações, voltemos ao tema anterior: Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim...
Eu tava falando de Curitiba, aquela cidadezim lindi-Deus, que tinha mania de ser européia, e eu bem achava que era (antes de conhecer um pouco dazoropa – há). Fui lá que eu virei gente. Fiz faculdade, arrumei o primeiro emprego, fui morar sozinha pela primeira vez, tive o primeiro namorado (e tudo que ele trouxe no pacote-há).
Deixa, né? Que tem um gordinho de amarelo na foto. |
Como ex-moradora central, posso falar que Curitiba é cidade boa pra walk tour. E o meu começa no Largo da Ordem que é onde tem o Relógio das Flores e o Chafariz da Cabeça do Cavalo (esse nome fui eu quem dei, por falta do oficial). O Largo da Ordem é... um largo, com igreja (a da Ordem), rodeado de galeriazitas de arte e artesanato, e pontuado pelo Memorial de Curitiba, que é um prédio moderninho com um terraço lá no alto que faz uma vista mara. De domingo rola a Feirinha do Largo, que de inha só tem o nome, porque é uma baita duma feirona de artesanato, comidinhas e afins. Segundo o tio Google acabou de me contar, é a segunda maior do país.
O pedestre já olhou a feirinha toda, faz o que agora? Desce pra Praça Tiradentes, aonde tem a Catedral Metropolitana de Curitiba. Tem várias formas de ir para lá, mas eu recomendo que seja pela galeria subterrânea da Travessa Nestor de Castro, kadiquê é o único lugar do mundo aonde eu já vi ter centro de RPG (aquele joguinho em que os nerds imitam o Frodo). Quer dizer, não sei se ainda há. Veja bem que as minhas lembranças são de final dos anos 90 / início de 2000.
Saiu da Terra Média, caiu na Tiradentes, dá uma olhada em volta, entra na Catedral, pega o ônibus de turismo, se quiser (é a primeira parada). Seguindo em frente à catedral, no final da Praça, à direita, há um mercado de flores bem fofo. Recomendo o passeio, até porque quando acaba o mercadinho, o pedestre chega na Praça General Marques, que é aonde fica o Museu Paranaense.
Mercado das Flores |
Praça General Marques |
Vamos pro calçadão? Onde tem calçadão tem alma da cidade, né não? Descendo a primeira rua à direita, cai-se na XV de Novembro, ou Rua das Flores, tradicional rua de comércio curitibano. A essa altura, o pedreste só vai ver lojas populares, do tipo “quer pagar quanto?”. Mas continuando o passeio, à direita, a aura muda. Cafézinhos e banquinhos espalhados, o bondinho, o Palácio Avenida, tradicional pelo coral de Natal (al, al, al) do HSBC (ahan, é o prédio da propaganda), jardineiras floridas (daí o nome). Cuidado que nessa região costuma ter um daqueles palhaços sombra. Vejo graça nenhuma. Palhaço é muito bicho do mau.
Pouco depois do bondinho e antes da Praça Osório, está a Boca Maldita, região que recebe o nome da confraria de pensadores de mesmo nome. O sea, é lugar pra intelectual sentar, ler a Gazeta do Povo e discutir as fofocas. Em seguida vem a Praça Osório. Ah gente, adouro a Praça Osório, principalmente em julho, que é quando tem a feirinha de inverno. Duas palavras pra você: vinho quente. Curitibano toma vinho quente com gemada, comendo pinhão. Ô saudades!
Quem se interessar por um walk tour mais completo, tem esse aqui, escrito pelo Frávio, o mocinho que promoveu o Curitagram. Orgulhinho de ser amiga desse Frávio aí. Ó, e segundo ele mesmo, tem que esconder o dinheiro na meia pra fazer esse passeio, porque a cidade tá despoliciada. Pronto, perdeu o charme.